Segundo a fonte, as discussões serão centradas nas lacunas restantes entre as exigências de Israel e do Hamas
As negociações para alcançar uma trégua na Faixa de Gaza de devem ser retomadas neste domingo (17) em Doha, no Catar, com a presença de uma delegação de Israel para responder à proposta atualizada do Hamas, informou neste sábado (16) à Agência EFE uma fonte da inteligência egípcia.
A fonte, que pediu anonimato devido à sensibilidade do assunto, afirmou que a nova rodada de conversas acontecerá em Doha, e não no Cairo, local das últimas consultas, e incluirá representantes egípcios e catarianos e uma delegação do Mossad, o serviço de Inteligência israelense, sem a participação do grupo terrorista islâmico Hamas.
Uma fonte disse à agência Reuters que o chefe do Mossad, David Barnea, chegará a Doha no domingo para as conversas com autoridades do Catar e egípcias.
Segundo a fonte, as discussões serão centradas nas lacunas restantes entre as exigências de Israel e do Hamas, incluindo o número de prisioneiros palestinos que poderiam ser libertados em troca dos reféns israelenses, bem como a entrega de ajuda humanitária a Gaza.
De acordo com a fonte ouvida pela EFE, as objeções israelenses decorrem principalmente de sua exigência de que o Hamas revele os nomes dos reféns e o número de pessoas que morreram em cativeiro.
Por outro lado, uma fonte palestina no Cairo, também informada sobre as conversas, disse à EFE que o projeto atualizado do Hamas inclui três fases, em vez de duas como sugerido no dia anterior (classificadas como "ainda pouco realistas" pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu).
A primeira fase prevê uma troca de prisioneiros palestinos por reféns israelenses em diferentes fases e uma trégua temporária com duração de 42 dias que mais tarde, na segunda fase, se tornará um cessar-fogo permanente.
Para essa primeira fase, o movimento exigiu a retirada das forças israelenses das ruas Al Rashid e Salah al Din para permitir o regresso dos deslocados e a passagem da ajuda para o norte da Faixa de Gaza, bem como a garantia da liberdade de circulação.
O Hamas também sugeriu – ainda segundo esta fonte, uma vez que o grupo palestino não confirmou oficialmente esta informação – a troca de 50 prisioneiros palestinos por cada mulher soldado israelense viva, embora não tenha oferecido mais detalhes sobre o restante dos reféns.
Com o início da segunda fase, o Hamas exige um cessar-fogo permanente antes de qualquer troca de soldados.
Finalmente, na terceira fase, a proposta inclui a implementação de uma reconstrução abrangente da Faixa de Gaza e o fim do "assédio" ao enclave palestino.
Os mediadores tentarão pressionar ambos os lados para que cheguem a um cessar-fogo, que se esperava que fosse alcançado antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã, que começou em 11 de março.
Nos ataques de 7 de outubro, o Hamas matou 1,2 mil pessoas em Israel e sequestrou cerca de 250. Após trocas de reféns por prisioneiros palestinos, resgates e recuperação de corpos nos últimos meses, cerca de 130 reféns permanecem em Gaza. A inteligência israelense calcula que aproximadamente 30 deles estejam mortos.
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