A relação entre Israel e Turquia, com Netanyahu e Erdogan no comando, tem sido muito tensa nos últimos anos e marcada por altos e baixos
O Ministério das Relações Exteriores de Israel convocou nesta sexta-feira (22) o embaixador adjunto da Turquia no país para uma "severa reprimenda" após as duras declarações e ameaças do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ao Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
"Ordenei que o embaixador adjunto da Turquia em Israel fosse convocado para uma severa reprimenda no contexto do ataque de Erdogan ao primeiro-ministro Netanyahu e das suas ameaças de enviá-lo perante Alá", escreveu o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, em sua conta na rede social X.
A Turquia chamou de volta em novembro o seu embaixador em Israel, Şakir Özkan Torunlar, para consultas sobre a "tragédia humanitária em Gaza" e a recusa de Israel em declarar um cessar-fogo no conflito com o grupo terrorista Hamas. Como Torunlar ainda não retomou o posto, o embaixador adjunto permanece à frente da legação.
Katz explicou que convocou o representante turco para transmitir uma mensagem clara a Erdogan: "Vocês, que apoiam os queimadores de bebês, assassinos, estupradores e mutiladores do Hamas, são os últimos que podem falar sobre Deus".
"Não há Deus que ouça aqueles que apoiam as atrocidades e crimes contra a humanidade cometidos pelos seus amigos bárbaros do Hamas. Calem-se e tenham vergonha!", disse Katz sobre as declarações de Erdogan, proferidas nesta quinta-feira (21) em um discurso eleitoral em Kayseri.
"Levemos a pessoa conhecida como Netanyahu ao Senhor, chamado de vitorioso. Que Alá o destrua. Quanto a nós, temos estes nossos irmãos a quem ajudamos com nossa força. Eles sabem quanto vale a nossa segurança, tranquilidade e sustento", afirmou o presidente turco.
Antes de a Turquia chamar o seu embaixador em Tel Aviv para consultas em novembro, Israel já havia retirado todo o seu pessoal diplomático, incluindo sua embaixadora, Irit Lilian, de Ancara, em 29 de outubro, para "reavaliar as relações bilaterais", depois de Erdogan ter comparado a guerra em Gaza ao holocausto.
Há duas semanas, Netanyahu acusou Erdogan de apoiar "assassinos e estupradores" do Hamas e de massacrar turcos no seu próprio país, depois de receber comparações a ditadores como Hitler, Mussolini e Stálin.
A relação entre Israel e Turquia, com Netanyahu e Erdogan no comando, tem sido muito tensa nos últimos anos e marcada por altos e baixos, principalmente pela situação com os palestinos, embora finalmente, em agosto de 2022, tenham restabelecido relações diplomáticas, agora abaladas novamente.
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