Houthis anunciam início de ataques contra navios ligados a Israel no Oceano Índico

Houthis: milícia iemenita é patrocinada pelo Irã para realizar ataques contra o Estado de Israel e seus aliados | Foto: EFE/EPA/OSAMAH YAHYA

Com este anúncio, os houthis expandem seu campo de operações marítimas para além do Mar Vermelho, do Estreito de Bab al Mandeb e do Golfo de Áden


O porta-voz militar dos rebeldes xiitas houthis do Iêmen, Yahya Sarea, anunciou nesta sexta-feira (15) o início de "operações" contra navios ligados a Israel no Oceano Índico.

"Em aplicação das diretivas do nosso líder Abdel Malek al Houthi, (...) as Forças Armadas do Iêmen começaram a ampliar o alcance das suas operações contra navios israelenses, os vinculados a Israel ou aqueles que se dirigem a portos nas zonas ocupadas, para incluir o Oceano Índico até ao Cabo da Boa Esperança", disse Sarea em discurso a uma multidão reunida no centro de Sanaa.

O porta-voz alertou todos os navios israelenses que se dirigem ou procedem dos portos para não passarem pelo Cabo da Boa Esperança, caso contrário serão um "alvo legítimo" de suas unidades.

Sarea assegurou que, no âmbito da implementação destas diretivas, foram realizadas "três operações contra três navios israelenses e americanos no Oceano Índico, utilizando vários mísseis navais e drones adequados, e todas as três operações alcançaram com sucesso os seus objetivos".

No entanto, não deu mais detalhes sobre o assunto, enquanto os Estados Unidos, que lideram a coligação naval criada para proteger a navegação internacional no Mar Vermelho, não reagiram a essa informação até agora.

Com este anúncio, os houthis expandem seu campo de operações marítimas para além do Mar Vermelho, do Estreito de Bab al Mandeb e do Golfo de Áden, onde têm como alvo navios que os insurgentes dizem ter vínculos com Israel ou que não responderam a seus alertas.

Ontem, o líder houthi declarou "a proibição de navios associados ao inimigo israelense de cruzarem, inclusive através do Oceano Índico rumo à África do Sul, em direção ao inimigo israelense".

Al Houthi afirmou que a batalha do movimento apoiado pelo Irã é "impedir que navios associados ao inimigo israelense não apenas passem pelo Mar da Arábia, pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Aden, mas também para impedi-los de cruzar através do Oceano Índico e a partir da África do Sul em direção ao Cabo da Boa Esperança".

Quando no dia 19 de novembro os houthis iniciaram ações de retaliação à ofensiva israelense na Faixa de Gaza, as principais companhias marítimas decidiram desviar suas rotas e passaram a contornar todo o continente africano através do Cabo da Boa Esperança.

Além dos navios comerciais, os rebeldes também intensificaram suas operações contra navios de guerra americanos e britânicos posicionados no Mar Vermelho para proteger a navegação nesta via estratégica, através da qual se estima que passe cerca de 15% do comércio marítimo global.

Há mais de uma semana, três marinheiros foram mortos em um ataque a um navio, na primeira vez que uma ação houthi resultou em perdas civis, e uma semana antes outro navio foi afundado por ataques de mísseis.

Os houthis controlam grandes regiões do norte e oeste do Iêmen desde que pegaram em armas em 2014 contra o governo iemenita internacionalmente reconhecido.

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