Israel pretende atacar a cidade de Rafah, o último bastião dos terroristas
Durante uma entrevista nesta semana, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a operação terrestre de Israel na Faixa de Gaza está avançando positivamente e que "chegar à vitória é uma questão de semanas".
Enquanto falava a uma TV norte-americana, Netanyahu continuou defendendo a operação planejada na cidade de Rafah, no Sul de Gaza, apesar dos avisos da administração do presidente dos EUA, Joe Biden, e da pressão das Nações Unidas para que os planos de intervenção não avancem.
A cidade de Rafah fica na fronteira com o Egito e é o último bastião do Hamas, ou seja, o último refúgio dos terroristas. Há mais de 10 dias, Israel instruiu os militares do país a planejarem a "evacuação da população", conforme a CNN.
'A vitória está à vista'
Até o momento, segundo as notícias, Israel tem evitado a intervenção em Rafah por estarem ali cerca de 1,3 milhão de civis palestinos.
"Desde o início da intervenção israelita na Faixa de Gaza, a população de Rafah passou dos 180 mil para mais de 1,3 milhão, devido à fuga de muitos civis para a cidade", mencionou ainda a CNN.
Para Netanyahu, a intervenção em Rafah determinará o fim do conflito, já que o objetivo da guerra é destruir totalmente o grupo terrorista. "A vitória está à vista, e ela só é possível com a derrota do Hamas", disse Netanyahu.
"Assim que iniciarmos a operação em Rafah, a fase intensa da luta estará a semanas de ser completada, não meses", reforçou o primeiro-ministro.
"Já destruímos 18 dos 24 batalhões dos terroristas do Hamas. Quatro deles estão concentrados em Rafah. Não podemos deixar esse último bastião do Hamas sem acabarmos com ele, visto que o nosso objetivo é a vitória total e ela está ao nosso alcance", continuou.
O que acontece com os reféns que estão com o Hamas?
Netanyahu disse que as atuais conversações que visam a libertação dos reféns não serão prejudicadas por conta da intervenção prevista em Rafah.
A CNN informou que Rafah está sendo bombardeada há semanas com ataques aéreos e que o porta-voz militar israelense, tenente-coronel Peter Lerner, disse em entrevista que "Israel agora planeja a ofensiva terrestre, já que a outra alternativa seria se render ao Hamas".
Se render ao grupo terrorista, no entanto, seria o mesmo que "sacrificar 134 pessoas", explicou o tenente ao se referir aos israelenses feitos reféns em Gaza.
Sobre as pessoas que estão refugiadas em Rafah
Depois de quase 4 meses de guerra, o único lugar seguro que restou em Gaza é Rafah, onde as famílias já vivem com grave escassez de alimentos, água, medicamentos e abrigo, e com o risco diário de serem mortas durante o conflito.
Lerner, disse que os militares pretendem criar um plano que evacue os civis "fora de perigo" e diferencie os civis dos militantes do Hamas. No entanto, ainda não apresentou o seu plano de evacuação ao governo, disse ele à CNN.
A África do Sul chamou Rafah de "o último refúgio para as pessoas sobreviventes em Gaza" e sugeriu que a ofensiva de Israel ali "constituiria uma violação grave e irreparável tanto da Convenção do Genocídio" como da ordem judicial de janeiro do Tribunal Internacional de Justiça que exigia que Israel tomasse "todas as medidas" para prevenir o genocídio em Gaza.
A China apelou a Israel para parar as suas operações militares e fazer "todo o possível" para evitar baixas civis. "Nos opomos e condenamos os atos contra civis e o direito internacional", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China em nota.
Outros países criticaram as últimas decisões de Israel e Netanyahu tem estado sob crescente pressão pública para garantir a libertação dos reféns em Gaza, com algumas famílias criticando abertamente as táticas do governo.
O número total de reféns em Gaza é de 134. Desse número, 130 reféns são do ataque de 7 de outubro — com 29 mortos e 101 que se acredita estarem vivos. Os outros quatro estavam detidos em Gaza antes do ataque.
"Só a continuação da pressão militar, até à vitória completa, resultará na libertação de todos os nossos reféns", disse Netanyahu ao concluir.
*Com informações do portal Guiame
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