O chanceler russo disse ainda que no momento "praticamente não há contato (entre o país e os EUA)
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira (24) que os Estados Unidos lideram um plano de guerra contra Pyongyang, contando com o apoio da Coreia do Norte e do Japão. "Estão se preparando para uma guerra contra a Coreia do Norte", disse, na sede da ONU, em Nova York.
Moscou e Pyongyang têm estreitado cada vez mais os laços nos últimos meses. Na semana passada, o Kremlin declarou que o regime de Kim Jong-un é um "parceiro muito importante" da Rússia e que pretende desenvolver relações com Pyongyang em todos os âmbitos, "incluindo os mais sensíveis". Essa aproximação preocupa Seul e seus aliados, que temem uma cooperação bélica entre os dois países.
Durante a reunião na ONU, focada na guerra no Oriente Médio, Lavrov comparou a situação de Israel com a da península coreana, onde as Coreias afastam cada vez mais qualquer iniciativa de reunificação. "É terrível quando, em vez de unidade, temos tendências que nos dividem. Os principais contribuintes para essa tendência são aqueles que acreditam ser os mestres do universo. As ex-potências coloniais têm de enfrentar a realidade do mundo de hoje. (…) Você não deveria pensar que é tão forte só porque tem o dólar", disse o ministro russo, sem citar diretamente os EUA.
O chanceler russo disse ainda que no momento "praticamente não há contato (entre o país e os EUA), exceto o que é necessário para as condições operacionais das missões diplomáticas".
Lavrov foi além e questionou se as relações "normais" anteriores entre os dois países haviam trazido algo positivo para seu país e para o mundo em geral. "Eu me pergunto que tipo de satisfação o mundo recebeu de nossas relações normais, relativamente normais, com os EUA: qual foi o prazer naquelas relações?", questionou o ministro em uma entrevista coletiva na sede da ONU.
Para o chefe da diplomacia russa, tanto as ações quanto os documentos doutrinários dos EUA e da Otan apresentam a Rússia "como a maior ameaça, enquanto a China é o maior desafio no capítulo seguinte". Ele disse que essa lógica está atingindo países da Europa antes considerados neutros ou menos alinhados, citando a Finlândia e a Suécia.
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