Israelenses que foram mantidas como reféns em Gaza denunciam que Hamas comete violência sexual

Cartazes colados em Tel Aviv, Israel, dez dias após o ataque terrorista do Hamas em outubro de 2023 | Foto: EFE/ Sara Gómez Armas

De acordo com dados israelenses, 19 mulheres permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza


Mulheres israelenses que foram mantidas reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza disseram nesta terça-feira (23) a uma comissão do Parlamento de Israel que as que permanecem em cativeiro no território palestino sofrem abusos sexuais por parte de membros do grupo terrorista islâmico.

O Hamas continua sendo denunciado por usar violência sexual como arma de guerra desde o dia 7 de outubro, quando atacou o território israelense e desencadeou a atual guerra no Oriente Médio.

Mulheres sequestradas pelo Hamas em outubro e libertadas em novembro falaram nesta terça para um comitê parlamentar sobre vítimas de violência sexual e de gênero, diante do qual afirmaram que algumas das reféns são tratadas como "bonecas" por seus raptores.

"Os terroristas trazem roupas inadequadas, roupas de boneca, e transformam as meninas em suas bonecas. Bonecas com uma corda que você pode fazer o que quiser, quando quiser", disse a ex-refém Aviva Siegel, que acrescentou ter visto isso com seus próprios olhos quando foi mantida em cativeiro pelo grupo palestino.

Ela disse estar preocupada com o fato de as reféns estarem sendo estupradas e observou que há meninos em cativeiro que também são abusados, sendo usados como "marionetes", acrescentou Siegel.


No total, de acordo com dados israelenses, 19 mulheres permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.

No mês passado, outra refém israelense libertada com sua filha, Chen Goldstein-Almog, declarou a um canal de televisão que conheceu outras mulheres cativas em Gaza que, segundo ela, "passaram por coisas difíceis".

"Elas foram estupradas, machucadas, algumas ficaram feridas", disse, acrescentando que os homens também foram torturados e abusados.

Em outro depoimento ao comitê parlamentar no início de janeiro, Siegel disse que testemunhou uma refém israelense sendo torturada depois que seus captores a acusaram de ser uma oficial das Forças de Defesa de Israel (IDF).

"Ela foi torturada ao meu lado, e eu testemunhei", disse.

De acordo com testemunhas oculares, equipes médicas e de emergência ou as próprias autoridades israelenses, há muitos casos de vítimas que foram abusadas sexualmente durante o ataque de 7 de outubro, no qual terroristas palestinos mataram cerca de 1,2 mil pessoas em Israel e levaram pelo menos 240 reféns para Gaza.

Desses reféns, 110 foram libertados, a maioria deles – principalmente mulheres e crianças – durante a trégua do final de novembro, que também envolveu a libertação de 240 prisioneiros palestinos – mulheres e menores – das prisões israelenses.

Atualmente, Israel estima que 130 pessoas tomadas como reféns ainda estejam no território palestino. Dessas, estima-se que 28 estejam mortas e as demais ainda vivas.

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