O diretor da AIEA, o argentino Rafael Grossi, relatou a mudança em seu novo relatório sobre o programa nuclear do Irã, divulgado hoje
O Irã triplicou sua produção de urânio enriquecido a 60% – próximo ao nível necessário para a fabricação de uma arma nuclear – para nove quilos por mês nas últimas semanas, revertendo a tendência de queda dos últimos meses, anunciou nesta terça-feira (26) a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
"Isso representa um aumento em relação aos cerca de três quilos produzidos por mês desde junho, e um retorno à taxa mensal de nove quilos durante o primeiro semestre de 2023", disse a agência da ONU em um comunicado.
Em 15 de novembro, a AIEA anunciou que o Irã tinha agora 128,3 quilos do combustível a 60%, abaixo dos 90% necessários para uma arma nuclear, mas bem acima do máximo de 3,67% imposto no acordo de 2015, que os Estados Unidos abandonaram unilateralmente três anos depois.
O diretor da AIEA, o argentino Rafael Grossi, relatou a mudança em seu novo relatório sobre o programa nuclear do Irã, divulgado hoje.
A agência foi informada em novembro sobre um aumento na taxa de enriquecimento de urânio para 60% nas usinas de Natanz e Fordow.
Posteriormente, os inspetores internacionais verificaram essa aceleração para nove quilogramas, um aumento de 200% em relação à taxa mensal que o Irã vinha mantendo desde junho e um retorno às taxas de produção do primeiro semestre deste ano.
O Irã começou a produzir 60% de urânio em abril de 2021. E em 2019, um ano após a saída dos EUA, o país começou a descumprir o acordo de 2015 para limitar seu programa nuclear em troca da suspensão das sanções internacionais.
Desde então, o país acelerou seus esforços técnicos e limitou o acesso e o monitoramento dos inspetores da AIEA.
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