Assad ainda defendeu que os nazistas não planejaram executar o povo judeu, de forma específica
O ditador da Síria, Bashar al-Assad, afirmou durante um discurso traduzido pelo Instituto Middle East Media Research (MEMRI), no início desta semana, que não há evidências claras de que seis milhões de judeus foram mortos durante o Holocausto.
"É verdade que existiram campos de concentração, mas o que mostra que esta é uma questão politizada, não humanitária e nem real, porque falamos destes seis milhões, mas não falamos dos 26 milhões de soviéticos assassinados. Quem foram os mortos naquela guerra? Os seis milhões são mais preciosos?", questionou o mandatário sírio, que também acusou os Estados Unidos de financiarem o partido nazista alemão, na ocasião, possibilitando a ascensão de Adolf Hitler, em 1933.
Segundo Assad, o Holocausto foi uma questão politizada para falsificar a verdade e, mais tarde, para preparar a transferência de judeus da Europa para outras áreas, como os territórios habitados por palestinos.
O ditador afirmou que os judeus que vieram para essas áreas são de descendência khazariana, do leste do Mar Cáspio, uma teoria antissemita muito utilizada por pessoas que tentam desconsiderar as reivindicações da população judaica sobre a terra de Israel, no entanto sem respaldo histórico. "Eram pagãos que se converteram ao judaísmo no século VIII. Eles emigraram para a Europa e de lá vieram para esta região. Eles não têm nada a ver com o povo de Israel da antiguidade", disse.
Em seu discurso, Assad ainda defendeu que os nazistas não planejaram executar o povo judeu, de forma específica. "Não havia nenhum método específico de tortura ou morte específico para os judeus. Os nazistas usaram os mesmos métodos em todos os lugares", afirmou.
Apesar da afirmação do ditador sírio, outros grupos visados pelo nazismo não foram sistematicamente assassinados da mesma forma que os judeus.
A Síria, que enfrenta mais de uma década de guerra civil, tem sido indiretamente envolvida no conflito entre o Estado de Israel e o grupo terrorista Hamas, uma vez que milícias sediadas no país iniciaram ataques contra o território israelense, nos últimos meses.
Segundo estimativas da ONU, mais de 306 mil civis foram mortos na Síria desde o início da guerra em curso. Grupos de Direitos Humanos estimaram o número em mais de meio milhão.
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