Questionado pelo Shin Bet, o médico teria afirmado que o Hamas usa hospitais para fins militares
Israel afirmou nesta terça-feira (19) que o diretor do hospital Kamal Adwan, Ahmad Kahalot, confessou ser membro do Hamas durante os interrogatórios, após sua prisão no dia 12 de dezembro no centro médico de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, e que o grupo terrorista transformou os hospitais em "instalações militares sob seu controle".
"Fui recrutado pelo Hamas em 2010 com a patente de general de brigada. Há funcionários no hospital que são agentes militares das Brigadas Al Qassam: médicos, enfermeiros, paramédicos, funcionários administrativos e membros da equipe", admitiu Kahalot, de acordo com comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI) e da agência de inteligência Shin Bet.
Israel realizou um cerco de mais de uma semana no hospital, que terminou no sábado (16) com a rendição e prisão de mais de 80 membros do Hamas, de acordo com as IDF. Imagens de homens sem camisa entregando armas com os braços levantados circularam nas redes sociais.
Questionado pelo Shin Bet, o médico teria afirmado que o Hamas usa hospitais para fins militares, para esconder seus agentes, para realizar atividades militares e até mesmo para esconder um soldado capturado, de acordo com as autoridades israelenses.
"Eles se escondem em hospitais porque, para eles, um hospital é um lugar seguro. Eles não serão atacados quando estiverem dentro de um hospital", teria confessado Kahalot durante o interrogatório, no qual afirmou que pelo menos 16 funcionários do Kamal Adwan têm alguma patente nas Brigadas Al Qassam.
De acordo com a confissão divulgada em vídeo pelo Shin Bet, Kahalot declarou que, dentro do hospital, havia escritórios para um líder do Hamas e dois oficiais seniores, um local onde um soldado foi mantido como refém, uma sala de interrogatório e uma sala para o pessoal de segurança. "Todos eles têm linhas telefônicas particulares no hospital", disse Kahalot.
Além disso, de acordo com a confissão do diretor do hospital, o Hamas tem uma "ambulância particular" que usa para fins militares e para transportar soldados sequestrados e outros reféns, mas não os feridos.
"Eu lhes implorei que transportassem os feridos para o Hospital Indonésio ou para Al Shifa, mas eles se recusaram. A missão deles é mais importante", teria declarado Kahalot, de acordo com o comunicado das IDF.
Desde o início da guerra, Israel trabalha com a hipótese de que a milícia está se escondendo nos hospitais da Faixa de Gaza e usando-os como quartéis militares e, com essa alegação, cercou, atacou e deteve a equipe médica do hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza; do Kamal Adwan e, mais recentemente, do Al Awda, em Jabalia.
Em Al Shifa, o maior hospital da Faixa de Gaza, Israel mostrou evidências de túneis subterrâneos e algumas armas.
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