Amã acusa Israel de 'matar inocentes', causando 'catástrofe humanitária' em Gaza; enquanto Colômbia e Chile chamam de volta seus enviados, Jerusalém observa que seus cidadãos estavam entre as vítimas de 7 de outubro
A Jordânia retirou seu embaixador em Israel na quarta-feira (1) em protesto contra a "catástrofe humanitária" na Faixa de Gaza e o crescente número de mortes de civis na guerra de Israel contra o Hamas.
O Ministro das Relações Exteriores, Ayman Al-Safadi, ordenou ao enviado Rasan al-Majali que retornasse a Amã "como uma expressão da posição da Jordânia de rejeição e condenação da guerra israelense em Gaza, que está matando pessoas inocentes e causando uma catástrofe humanitária sem precedentes", de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Jordânia.
Além disso, a Jordânia pediu ao Ministério das Relações Exteriores de Israel que orientasse o embaixador Rogel Rachman a não retornar a Amã, após ter sido temporariamente chamado de volta a Israel devido a ameaças de segurança no país jordaniano.
De acordo com o comunicado, "o retorno dos embaixadores estará vinculado à cessação da guerra de Israel contra Gaza e ao fim da catástrofe humanitária que está causando, bem como a todas as medidas que privam os palestinos de seu direito a alimentos, água, medicamentos e seu direito de viver de forma segura e estável em seu solo nacional".
Israel respondeu com cuidado algumas horas depois, limitando-se a expressar seu "lamento" pela decisão em um tweet do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lior Haiat.
A Jordânia segue a Colômbia e o Chile, que também chamaram seus embaixadores para consultas na noite anterior. A Bolívia suspendeu todos os laços diplomáticos com Israel, que eram praticamente inexistentes, na noite de terça-feira.
Israel respondeu com cuidado algumas horas depois, limitando-se a expressar seu "lamento" pela decisão em um tweet do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lior Haiat.
A Jordânia segue a Colômbia e o Chile, que também chamaram seus embaixadores para consultas na noite anterior. A Bolívia suspendeu todos os laços diplomáticos com Israel, que eram praticamente inexistentes, na noite de terça-feira.
O Ministério das Relações Exteriores criticou a Colômbia e o Chile na quarta-feira, com o porta-voz do ministério, Lior Haiat, afirmando: "Cidadãos da Colômbia, Chile e de outros países da América Latina também estão entre as vítimas do hediondo ataque de 7 de outubro. O Estado de Israel está travando uma guerra que lhe foi imposta; uma guerra contra uma organização terrorista que utiliza os cidadãos da Faixa de Gaza como escudos humanos."
Haiat afirmou que Israel "pede à Colômbia e ao Chile que condenem explicitamente a organização terrorista Hamas, que massacrou e sequestrou bebês, crianças, mulheres e idosos. Israel espera que a Colômbia e o Chile apoiem o direito de um país democrático de proteger seus cidadãos e exijam a libertação imediata de todos os sequestrados".
Publicado originalmente em The Times of IsraelIsrael retirou seus diplomatas da Turquia durante o final de semana para "reavaliar as relações", enquanto o presidente Recep Tayyip Erdogan continuava criticando o Estado hebreu por suas ações na Faixa de Gaza.
A Jordânia foi o segundo país árabe a firmar a paz com Israel em 1994, após o Egito em 1979. Milhares de manifestantes têm pedido para Amã rescindir seu tratado de paz com Israel devido à guerra contra o Hamas.
A Jordânia, cuja população é estimada em pelo menos 50% de origem palestina, demonstrou preocupação com a guerra em Gaza.
"Todo o cenário da região está à beira do abismo", disse o rei Abdullah II da Jordânia após se encontrar com o chanceler alemão Olaf Scholz em Berlim na segunda semana do conflito. "Todos os nossos esforços são necessários para garantir que não cheguemos a esse ponto."
Na terça-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversou por telefone com Abdullah. De acordo com a Casa Branca, os dois líderes discutiram ajuda humanitária para Gaza e como evitar que o conflito se espalhe.
Duas semanas após o início da guerra, Israel emitiu um aviso contra viagens para a Jordânia e outros países árabes.
No início deste mês, a Jordânia pediu aos Estados Unidos que implantassem seu sistema de defesa de mísseis Patriot para reforçar as defesas na fronteira do reino, já que a guerra está causando apreensão em toda a região.
Enquanto isso, a rainha Rania da Jordânia afirmou em uma entrevista que não há evidências verificáveis de que terroristas do Hamas tenham decapitado crianças durante o massacre em 7 de outubro no sul de Israel, apesar da disponibilidade de diversos materiais sobre as atrocidades.
Ela também acusou os líderes ocidentais de um "duplo padrão flagrante" por não condenarem o assassinato de civis palestinos por Israel durante seu contínuo bombardeio em Gaza.
Massacre de 7 de Outubro
Massacre de 7 de Outubro
A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando terroristas do Hamas romperam a fronteira com Gaza e invadiram comunidades do sul, matando mais de 1.400 pessoas, principalmente civis, e sequestrando mais de 240 outras, sob a cobertura de uma enxurrada de foguetes lançados sobre cidades e vilarejos israelenses.
A grande maioria das pessoas mortas quando homens armados tomaram as comunidades fronteiriças eram civis, incluindo bebês, crianças e idosos. Famílias inteiras foram executadas em suas casas e mais de 260 pessoas foram massacradas em um festival ao ar livre, muitas delas em meio a atos horríveis de brutalidade, tortura e violência sexual por parte dos terroristas.
A grande maioria das pessoas mortas quando homens armados tomaram as comunidades fronteiriças eram civis, incluindo bebês, crianças e idosos. Famílias inteiras foram executadas em suas casas e mais de 260 pessoas foram massacradas em um festival ao ar livre, muitas delas em meio a atos horríveis de brutalidade, tortura e violência sexual por parte dos terroristas.
Israel lançou uma ofensiva massiva na Faixa de Gaza, alegando que seu objetivo é destruir a infraestrutura do Hamas e prometeu eliminar todo o grupo terrorista que governa a região. Israel afirma estar mirando em todas as áreas onde o Hamas opera, tentando minimizar as baixas civis.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que os ataques israelenses mataram mais de 8.700 pessoas. No entanto, esses números não podem ser verificados de forma independente e acredita-se que incluam tanto civis quanto membros do Hamas mortos em Gaza, inclusive como resultado de erros nos lançamentos de foguetes pelos próprios grupos terroristas.
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