A nomeação de Cameron causou enorme surpresa nos meios de comunicação e entre os analistas do Reino Unido
O ex-primeiro-ministro britânico David Cameron passou a integrar nesta segunda-feira (13) o governo de Rishi Sunak como ministro das Relações Exteriores, substituindo James Cleverly, no âmbito de uma remodelação do Executivo que começou com a demissão da titular do Interior, Suella Braverman. Para assumir como ministro, Cameron será nomeado lorde e assim poderá fazer parte do governo como parlamentar da Câmara Alta, requisito para ingressar no Executivo. A nomeação de Cameron, que se demitiu do cargo de primeiro-ministro em junho de 2016 depois de perder o referendo do Brexit, causou enorme surpresa nos meios de comunicação e entre os analistas do Reino Unido. Depois de deixar Downing Street, Cameron não continuou como deputado e deixou a primeira fila da política britânica para se dedicar a negócios particulares. Anteriormente, Sunak nomeou Cleverly como o novo ministro do Interior, após a demissão de Suella Braverman da pasta por conta da polêmica criada em torno de suas críticas à polícia britânica. O chefe do governo conservador promoveu, assim, uma remodelação do seu Executivo já tendo em vista as eleições gerais marcadas para 2024, possivelmente em maio. Fontes do governista Partido Conservador indicaram que Sunak iniciou a remodelação com o objetivo de "reforçar sua equipe no governo para tomar decisões de longo prazo para um futuro melhor". Sunak demitiu Braverman após a "agitação" que causou no mundo político por criticar abertamente a polícia, a quem acusou de "duplos padrões" e de favorecer manifestações pró-Palestina. Nos últimos dias, os partidos da oposição pediram que Sunak afastasse Braverman do Executivo pelo polêmico artigo que publicou na última quinta-feira (10) no jornal britânico The Times, antes da manifestação pró-Palestina do sábado (11), em Londres. Braverman pediu à Polícia Metropolitana de Londres (Met) que proibisse a marcha por medo de tumultos e fomento ao antissemitismo, mas as forças de segurança recusaram-se a proibir a manifestação. Mais de 300 mil pessoas, a maioria com bandeiras e faixas, estiveram neste sábado no centro de Londres para pedir um cessar-fogo em Gaza. Na ocasião, a polícia prendeu mais de 80 pessoas, parte delas integrantes de um grupo que procurava intervir no protesto pacífico, cujo destino final foi a embaixada dos Estados Unidos. Os partidos da oposição acusaram a agora ex-ministra de encorajar a mobilização desses grupos com o artigo.
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