Erdogan se recusa a chamar o Hamas de terrorista e o classifica como um grupo de "resistência"
Em visita à Alemanha nesta sexta-feira (17), o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que o governo alemão não critica a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, em resposta aos ataques terroristas do Hamas de 7 de outubro, em razão da "dívida" do Holocausto.
Erdogan e o chanceler alemão, Olaf Scholz, mantêm posições diferentes sobre o conflito no enclave palestino. O presidente turco tem pedido um cessar-fogo em Gaza e criticado a operação de Israel: no final de outubro, ele chamou o Estado judeu de "criminoso de guerra". Erdogan se recusa a chamar o Hamas de terrorista e o classifica como um grupo de "resistência".
Já Scholz tem defendido o direito de Israel de se defender. "O ataque do Hamas significa que Israel deve se proteger e ser capaz de se defender", disse o chanceler nesta sexta-feira, em declarações à imprensa publicadas pelo jornal Times of Israel.
"Uma organização terrorista que governa esta região não pode continuar realizando tais atividades repetidamente com uma força militar inacreditável. Isso deve acabar, e esse é o objetivo que devemos apoiar – é o que fazemos, em todo caso", afirmou o chanceler.
Erdogan rebateu, sugerindo que as mortes do Holocausto impedem a Alemanha de fazer qualquer crítica a Israel.
"Falo abertamente porque não devemos nada a Israel. Se estivéssemos em dívida [com o Estado judeu], não poderíamos falar tão abertamente", disse o presidente turco. "Quem está em dívida não pode falar abertamente. Não passamos pelo Holocausto e não estamos em tal situação."
Erdogan negou que suas opiniões sejam antissemitas. "Para nós, não deveria haver discriminação entre judeus, cristãos e muçulmanos na região. Lutei contra o antissemitismo", alegou.
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