Das cidades catalogadas, onde vivem pelo menos 200 milhões de pessoas, existem quatro 'pontos críticos' na Ásia que estão afundando até cinco centímetros por ano
Pelo menos 200 milhões de pessoas em todo o mundo poderão ser forçadas a deixar suas casas em cidades costeiras, segundo uma pesquisa da Universidade de Rhode Island. Os cientistas analisaram 99 lugares e descobriram que a maioria está afundando mais rápido do que o nível do mar está subindo. Destes, 34 estão afundando mais de um centímetro por ano, e 4 até cinco centímetros por ano. Os casos mais drásticos estão em Bangladesh, na China, nas Filipinas e no Paquistão.
O estudo utilizou imagens de satélite de todos os seis continentes, tiradas entre 2015 e 2020, identificando que cada uma tinha pelo menos uma cidade afundando. Usando sinais de micro-ondas dos satélites, a equipe determinou a altura do solo com precisão milimétrica e rastreou como o solo se deformou ao longo do tempo, relata a Science News.
"Muitas cidades estão se planejando para a subida do nível do mar, mas não estão conscientes do efeito agravado da subsidência costeira", disse Matt Wei, oceanógrafo da Universidade de Rhode Island e um dos autores do estudo, que foi publicado na revista Geophysical Research Letters.
Segundo os cientistas, o naufrágio das cidades que mais afundaram - Chittagong (Bangladesh), Tianjin (China), Manila (Filipinas) e Karachi (Paquistão) - resultou da extração excessiva de água subterrânea, mas outros países estão afundando devido a outras atividades humanas, como a mineração, a constrição e a extração de combustíveis fósseis.
Embora os resultados possam parecer chocantes, há esperança de que algumas destas cidades se recuperem. Partes da Califórnia, nos Estados Unidos, estavam afundando rapidamente há cerca de 60 anos, mas esse processo foi interrompido por meio de mudanças na gestão das águas subterrâneas. O afundamento de Jacarta, na Indonésia, foi significativamente reduzido nos últimos 20 anos, de 28 centímetros por ano para 2,5 cm.
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