O novo líder argentino, que estuda a Torá com o rabino Shimon Wahnish, já declarou abertamente a possibilidade de conversão ao judaísmo
O recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei, declarou que pretende visitar Israel antes de sua posse, que acontecerá em 10 de dezembro.
Milei, que chega à presidência com 55% dos votos, informou que além de Israel também visitará os EUA.
"Viajo com alguma regularidade para os Estados Unidos. De Nova York irei para Israel – já conversamos com o embaixador de Israel na Argentina", revelou o recém-eleito em entrevista à rádio na manhã de segunda-feira (20).
O comprometimento de Milei com o Judaísmo e seu forte apoio a Israel foram elementos essenciais de sua campanha, evidenciados pela presença frequente de bandeiras israelenses em seus comícios eleitorais.
Estudante da Torá
O novo líder argentino estuda a Torá com o rabino Shimon Wahnish, residente em Buenos Aires, e abordou abertamente, em diversas ocasiões, a possibilidade de conversão ao judaísmo.
No entanto, ele ressalta que essa conversão seria impossível se ele fosse eleito presidente, uma vez que as responsabilidades inerentes ao cargo seriam incompatíveis com a observância de práticas judaicas fundamentais, como o Shabat, durante o qual os judeus praticantes evitam o uso de telefones e dispositivos eletrônicos.
Sua próxima viagem aos Estados Unidos terá como foco passar tempo com seus "amigos rabinos" em Nova York, e ele esclareceu que essa visita "tem mais uma conotação espiritual do que qualquer outra coisa".
Entre as primeiras pessoas a se encontrarem com Milei após o resultado de sua vitória, no segundo turno da eleição, estavam o embaixador de Israel em Buenos Aires, Eyal Sela, junto com uma delegação do Centro Judaico AMIA na capital argentina.
Antissemitismo
Uma declaração separada da DAIA, o órgão representativo da comunidade judaica argentina composta por 180.000 pessoas, parabenizou Milei por sua vitória, destacando uma nova oportunidade para "combater o antissemitismo, a discriminação e a xenofobia".
Assim como em muitos outros países, o antissemitismo aumentou na Argentina após o massacre do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro e a resposta militar de Israel.
A declaração da DAIA também mencionou os mais de 240 reféns capturados pelos terroristas do Hamas durante o ataque, destacando que entre eles estão 21 cidadãos argentinos.
O comunicado expressou o desejo de que as autoridades argentinas utilizem todos os recursos disponíveis para assegurar a libertação dos reféns e seu retorno rápido ao lar.
Durante a campanha, Milei criticou o governo anterior argentino em relação a este assunto, declarando que sua "posição é demasiado branda para esta situação aberrante. Não avança as definições de forma concreta e deixa a porta aberta aos terroristas. E com terroristas não há negociação".
O governo israelense também não demorou em parabenizar Milei, e o ministro das Relações Exteriores, Eli Cohen, lembrou ao presidente eleito a sua promessa de campanha de transferir a Embaixada da Argentina em Israel de Tel Aviv para a capital Jerusalém.
¡Felicitaciones al presidente electo de Argentina @JMilei!
— אלי כהן | Eli Cohen (@elicoh1) November 20, 2023
Esperamos trabajar junto con usted para fortalecer las relaciones entre Israel y Argentina y profundizar los vínculos entre los pueblos.
Lo invito a visitar pronto Israel, para continuar nuestro diálogo e inaugurar la… pic.twitter.com/RXauqQGzBs
"Esperamos trabalhar em conjunto com você para fortalecer as relações entre Israel e a Argentina e aprofundar os laços entre nossos povos", escreveu Cohen em uma publicação no Twitter.
"Convido você a visitar Israel em breve, para dar continuidade ao nosso diálogo e inaugurar a Embaixada da Argentina em Jerusalém, capital de Israel."
Ao assumir o cargo, a principal tarefa de Milei será enfrentar a desafiadora inflação de 140% em um período de 12 meses e buscar a estabilização da economia.
*Com informações do Algemeiner via portal Guiame
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