Sudão restabelece relações diplomáticas com Irã em meio à guerra entre Israel e Gaza


Sudão e Irã têm protagonizado uma aproximação lenta que começou após o golpe de Estado liderado pelo Exército sudanês em 2021

O Ministério das Relações Exteriores sudanês anunciou hoje (segunda-feira) a retomada das relações diplomáticas com o Irã após sete anos de ruptura, em meio a meses de aproximação entre Teerã e a cúpula militar que governa o Sudão, e durante a guerra entre os grupos terroristas palestinos de Gaza e Israel.

"O Sudão e o Irã decidiram retomar as relações diplomáticas de uma maneira que sirva aos interesses de ambos os países, após várias chamadas de alto nível realizadas nos últimos meses", declarou o departamento sudanês em comunicado.

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores sudanês informou que os preparativos começaram para a "breve" reabertura das embaixadas em ambos os países e para a realização de uma troca de "missões oficiais para explorar formas de desenvolver a cooperação".

A nota indicou que ambos os países restabeleceram suas relações "com base no respeito mútuo à soberania, interesses comuns e convivência pacífica", ao mesmo tempo que concordaram em "expandir a cooperação em vários setores", sem fornecer mais detalhes.

O Sudão cortou seus laços com o Irã em 2016, após o ataque à embaixada saudita em Teerã por manifestantes iranianos, em protesto contra a execução de um clérigo xiita na Arábia Saudita.

O governo sudanês da época, liderado pelo presidente Omar al Bashir, afirmou que não aceitava preconceitos contra "o território das duas mesquitas sagradas" e se posicionou em defesa do reino saudita após esse ataque, rompendo as relações com o Irã.

Sudão e Irã protagonizaram uma aproximação gradual que começou após o golpe de Estado liderado pelo Exército sudanês em 2021 e se intensificou nos últimos meses, especialmente desde o início do conflito interno no território sudanês em abril passado.

Desde então, a cúpula militar que governa o Sudão lançou uma campanha diplomática para obter apoio no Oriente Médio, visando facilitar a transição após o término dos combates.

Na verdade, no início de julho, o Ministro das Relações Exteriores sudanês, Ali Al Sadeq, e seu homólogo iraniano, Hossein Amir Abdollahian, se encontraram à margem da reunião dos ministros do Movimento dos Países Não Alinhados em Baku, Azerbaijão, para restabelecer as relações.

O anúncio ocorre em meio a um momento de alta tensão no Oriente Médio devido à nova guerra entre o grupo terrorista palestino Hamas e Israel, que já causou mais de mil mortes.

De fato, a imprensa dos Estados Unidos sugeriram que o Irã teria ajudado a planejar o ataque surpresa do Hamas no último sábado, que deu início à guerra, algo que a missão da República Islâmica junto à ONU negou no domingo (8).

*Com informações da agência EFE

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