Israel adverte Irã contra abertura de uma segunda frente

Munição israelense é vista em Sderot, Israel |Crédito: Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images

O Conselheiro de Segurança Nacional israelense enfatizou que Israel está "tentando não ser arrastado para uma guerra em duas frentes"


Israel está tentando impedir o envio de armas iranianas para o norte do país, destinadas a abrir uma segunda frente de guerra. Enquanto o Estado judeu entra na segunda semana de sua contraofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, Israel advertiu o Hezbollah para não se envolver – um sinal de que Jerusalém não deseja outra guerra.

No entanto, o patrocinador do Hamas e do Hezbollah em Teerã tem outros planos, conforme revelou um alto funcionário israelense em 15 de outubro.  Confirmando um post no X que afirmou que os carregamentos de armas iranianas estavam a caminho da Síria com destino ao Líbano, e que esse movimento tinha a intenção de abrir uma frente ao norte, o diretor de assuntos estratégicos do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Joshua Zarka, respondeu: "Estão".

Ele também pareceu relacionar esse movimento com os relatos da Síria de que ataques israelenses foram realizados contra os aeroportos de Damasco e Aleppo na semana passada. Em resposta à afirmação do post original no X de que "os israelenses estão determinados a impedir" os planos do Irã na região norte, Zarka afirmou em seu próprio post: "Estamos".

Em um briefing televisionado em 14 de outubro, o Conselheiro de Segurança Nacional israelense, Tzachi Hanegbi, enfatizou que Israel está "tentando não ser arrastado para uma guerra em duas frentes". Apesar das trocas de tiros frequentes com o Hezbollah, grupo terrorista libanês apoiado pelo Irã, Hanegbi observou que o mesmo está se mantendo "abaixo do limite da escalada".

Ele também reiterou a prontidão de Israel em impor custos severos caso o Hezbollah mude de rumo. "Esperamos que o Hezbollah não provoque a destruição do Líbano, pois se uma guerra eclodir lá, as consequências serão devastadoras", declarou 
Hanegbi.

Análise de especialistas

"Todos nós devemos esperar que essa guerra permaneça focada em seu objetivo principal e supremamente justificado: exterminar o Hamas. E que, quanto mais isso progredir, mais os outros inimigos de Israel, como o Hezbollah, se preocuparão com sua própria sobrevivência. Por enquanto, Israel só pode ser elogiado por usar todos os meios – diplomacia pública, bem como contramedidas militares – para impedir que a guerra que lhe foi imposta se espalhe. O governo Biden precisa deixar claro que o patrono do Hezbollah no Irã pagará um preço severo se desencadear outro representante terrorista." — Mark Dubowitz, CEO da FDD.

"O Hezbollah, apoiado pelo Irã, continua provocando Israel no norte. Embora não tenha se comprometido totalmente com um conflito em larga escala, também não foi completamente dissuadido. Se uma guerra eclodir nessa frente, será um desastre para o Líbano, que já enfrenta um cenário de impasse político e colapso econômico. O Hezbollah está ciente disso, mas parece que o Irã está ditando as regras. Desta forma, o Irã poderá combater Israel às custas do Líbano." — Jonathan Schanzer, vice-presidente sênior de pesquisa da FDD.

Publicado originalmente em FDD

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