Narges Mohammadi dedicou a maior parte de sua vida adulta à luta pelos direitos, sacrificando sua liberdade, e agora enfrentará mais anos na prisão, pois promete continuar desafiando o regime dos mulás
O Irã condenou nesta sexta-feira (6) a ação "tendenciosa e política" do Comitê Nobel por conceder o Prêmio Nobel da Paz à ativista dos direitos humanos Narges Mohammadi, que está presa.
"Soubemos que o Comitê Nobel concedeu o Prêmio Nobel da Paz a uma pessoa condenada por reiteradas violações das leis e atos criminosos", declarou Nasser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em um comunicado. "Condenamos veementemente essa ação tendenciosa e política."
Mohammadi dedicou a maior parte de sua vida adulta à luta pelos direitos, sacrificando sua liberdade, e agora enfrentará mais anos na prisão, pois promete continuar desafiando o regime dos mulás em Teerã.
A Historic and Profound Moment for Iran's Fight for Freedom: The Distinguished 2023 Nobel Peace Prize awarded to Narges Mohammadi, Iranian human rights activist, for her unwavering dedication to fighting for human rights and women's rights over the past three decades. pic.twitter.com/bMFEdRZRZl
— Narges Mohamadi (@freenargesmhmd) October 6, 2023
Ela se tornou a segunda mulher iraniana a receber o prêmio, seguindo os passos de sua mentora, a advogada Shirin Ebadi, que foi laureada por seu próprio ativismo em 2003.
A sentença mais recente de Mohammadi, proferida pelas autoridades iranianas em 2022, a condenou a quase 12 anos de prisão, conforme relatado por grupos de direitos humanos. Aos 51 anos, ela passou a maior parte de sua vida adulta alternando entre períodos de encarceramento e liberdade.
Atualmente, está detida na famigerada prisão de Evin, em Teerã, que abrigou milhares de opositores políticos do regime teocrático do Irã desde a revolução iraniana de 1979, que derrubou o Xá e instaurou o governo islâmico.
Publicado originalmente em i24NEWS
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