"É fato que a Starlink virá sacudir o mercado brasileiro de telecomunicações"
Uma empresa do bilionário Elon Musk pode revolucionar o mercado de telecomunicações em um futuro próximo, gerando desafios para operadoras de telefonia tradicionais, como Oi (OIBR3), Vivo (VIVT3), Claro e Tim (TIMS3). A Starlink, empresa de satélites de Musk, tem uma meta ambiciosa que deve provocar grandes mudanças nos serviços de voz e internet para celulares. A companhia já opera no Brasil, fornecendo serviço de internet de alta velocidade para residências, através de antenas. No entanto, no ano que vem, ela deve lançar o Starlink Direct to Cell, operando como uma operadora de telefonia e oferecendo serviços de voz e internet. "É fato que a Starlink virá sacudir o mercado brasileiro de telecomunicações", avalia Milene Louise Renée Coscione, sócia na área de telecomunicações do escritório de advocacia Machado Meyer. De acordo com o site da companhia norte-americana, a primeira etapa do serviço, em 2024, será destinada a pacotes de mensagens; em 2025, operação com voz e dados deve começar, com mais um pacote em 2026 destinado a operações com "internet das coisas". Segundo Meyer, a Starlink já detém autorização para exploração de satélites não geoestacionários no Brasil, "o que permite a empresa ‘iluminar’ todo o território nacional com a sua constelação satelital". "A Starlink irá impactar o mercado de telecomunicações brasileiro e desafiará as operadoras tradicionais na medida em que possui cobertura em todo o território nacional", afirma. Ela diz que uma das vantagens da Starlink é em locais onde as operadoras não tenham cobertura. Empresa de Musk vai desafiar operadoras; Starlink já tem licenças para operar no país Meyer explica que a Starlink já tem duas licenças para operar no Brasil, a SMGS (Serviço Móvel Global por Satélite) e a SCM (Serviço de Comunicação Multimídia). Com isso, a empresa já está apta a "prestar serviços de voz, mensagens de texto e banda larga, e por isso a empresa tem prometido conectividade do celular via satélite", explica. "Não se pode negar que o modelo de negócios da Starlink substitui os serviços dito tradicionais hoje em dia", diz. No entanto, Meyer ressalta que os preços dos serviços da empresa ainda "são caros para a maioria dos consumidores brasileiros". Hoje, para obter o serviço de internet de alta velocidade, é necessário adquirir uma das antenas da empresa, cujo custo vai de R$ 1.600 a R$ 7.615, e depois assinar um dos pacotes de internet, cujo custo atual varia de R$ 230 até R$ 25 mil ao mês. "É uma incógnita nesse momento qual será a sua resposta aos planos de serviços da Starlink", afirma. Starlink pode firmar parcerias com operadoras Meyer avalia que algumas operadoras também podem se beneficiar da operação da Starlink, a depender do modelo que for colocado em operação no Brasil pela empresa. “Será possível que a Starlink firme parcerias com as operadoras tracionais a fim de concretizar o cumprimento das obrigações do 5G e outros projetos de expansão de rede como, por exemplo, em áreas rurais”, afirma. Ela cita que a medida já foi feita pela empresa em diversos países do mundo. Publicado originalmente em Money Times
0 Comentários