Complexa estrutura foi construída no subsolo da Faixa de Gaza ao longo dos anos e é um desafio para o Exército de Israel
Os túneis construídos no subsolo da Faixa de Gaza ao longo das últimas décadas são uma vantagem dos terroristas do Hamas diante do Exército de Israel.
A complexa estrutura custou milhões de dólares, que teriam sido desembolsados pelo Irã, que também é conhecido por bancar o Hezbollah, organização terrorista que atua no Líbano, país que faz fronteira com o norte de Israel.
Os túneis são usados tanto como bunkers como para ser um local de passagem sem chamar atenção, inclusive para dentro do território israelense. Alguns são de concreto reforçado, comportam uma pessoa em pé, contam com iluminação e sistema de ventilação.
O recente relato da refém libertada Yocheved Lifshitz, de 85 anos, ajuda a ter uma ideia do que está sob os pés dos palestinos.
"Fomos para o subsolo e caminhamos quilômetros em túneis molhados, por duas ou três horas", conta a israelense depois de ter ficado mais de duas semanas sequestrada.
Ela compara o caminho com uma teia de aranha por causa do grande número de conexões que existem no subterrâneo da Faixa de Gaza.
As passagens têm centenas de quilômetros, mesmo em um território com 41 km de comprimento e no máximo 12 km de largura.
Segundo um mapeamento realizado por Israel em 2014, os túneis são extensos, passam por baixo de bairros inteiros e não estão no mesmo nível de profundidade, o que torna difícil dimensionar o tamanho total.
De acordo com o relato de Lifshitz, ela e outros 25 reféns caminharam muito no subsolo até chegarem a um grande salão, onde todos ficaram abrigados.
A idosa contou que havia um banheiro que era usado pelos reféns e também pelos terroristas. Por medo de alguma contaminação, o local era limpo diariamente. Todos eram alimentados com pão, pepino e queijo.
Considerando que são pelo menos 220 pessoas que estão sequestradas, é possível estimar que haja uma logística complexa para fornecer as condições mínimas de vida sem precisar ir para a superfície.
Muitos dos ataques aéreos de Israel tinham como alvo locais identificados como possíveis pontos de entrada e saída da rede de túneis. A proximidade de prédios públicos, hospitais e áreas residencias, porém, torna as ofensivas um risco também para civis.
Publicado originalmente em R7
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