A guerra comercial em curso entre os EUA e a China, juntamente com as sanções às exportações russas, incluindo os gases nobres utilizados na fabricação de microchips, levaram à escassez de abastecimento para a crescente indústria tecnológica
O Vietnã está em negociações com empresas de semicondutores para estabelecer a primeira fábrica de microchips no país do Sudeste Asiático. Mas os líderes da indústria tecnológica dos EUA tentaram frustrar o plano alegando que seria um desperdício de dinheiro público.
A gigante norte-americana do setor Intel já tem a sua maior fábrica de testes e embalagens no Vietnã, mas a república socialista está tentando persuadir as empresas a construir fábricas de alta tecnologia no país.
O chefe do escritório do Conselho Empresarial EUA-ASEAN no Vietnã, Vu Tu Thanh, disse à mídia que reuniões com pelo menos seis fabricantes de chips dos EUA ocorreram nas últimas semanas.
O governo vietnamita disse na segunda-feira (30) que seriam oferecidos às empresas de semicondutores "os maiores incentivos disponíveis no Vietnã" para se estabelecerem lá.
Mas falando na Cúpula de Semicondutores do Vietnã, na capital Hanói, no domingo (29), o vice-presidente norte-americano de design de chips e fabricante de ferramentas Synopsys, Robert Li, alertou o governo contra a oferta de subsídios para atrair os fabricantes.
Ele disse que o custo de construção de uma nova fábrica ou fábrica de chips pode chegar a US$ 50 bilhões (cerca de R$ 252,6 bilhões). Ele acrescentou que o Vietnã teria de competir com as vizinhas China e Coreia do Sul, bem como com os EUA e a União Europeia (UE) em termos de investimento, cada um dos quais anunciou gastos entre US$ 50 bilhões e US$ 150 bilhões (entre R$ 252 bilhões e R$ 758 bilhões) no aumento da produção de semicondutores.
O presidente da Associação da Indústria de Semicondutores dos EUA, John Neuffer, disse na mesma convenção da indústria que o Vietnã deveria se concentrar nos aspectos de montagem, embalagem e testes do setor, onde já tinha presença.
O plano de expansão de Hanói segue as palavras calorosas do presidente dos EUA, Joe Biden, em sua visita em setembro, quando chamou o Vietnã de "ator crítico" na cadeia de fornecimento de microchips que ficou vulnerável pela guerra de sanções de Washington contra a China e a Rússia.
A GlobalFoundries, empresa de chips com sede nas Ilhas Cayman, estava entre os participantes da indústria que participaram de uma cúpula de negócios a portas fechadas no Vietnã ao mesmo tempo que a visita de Biden, mas supostamente não demonstrou mais interesse em investir lá. "Não comentamos rumores de mercado", disse um porta-voz da GlobalFoundries.
*Com informações das agências internacionais
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