Irã condena prorrogação das sanções para além do prazo estipulado, considerando-a "um ato ilegal com intenções maliciosas"
O Irã alertou a União Europeia que sua decisão de manter as sanções contra a República Islâmica além do prazo estabelecido no histórico acordo nuclear foi considerada "ilegal".
De acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores britânico divulgado na quinta-feira (14), o Reino Unido, França e Alemanha afirmaram que "as sanções da UE e do Reino Unido serão mantidas".
O ministério observou que a série de sanções britânicas, da UE e dos EUA "sobre indivíduos e entidades envolvidos no programa nuclear do Irã" devem ser suspensas em 18 de outubro.
O acordo negociado com as potências mundiais em 2015 tinha como objetivo conter o programa nuclear do Irã em troca da suspensão das sanções internacionais. No entanto, o acordo começou a desmoronar em 2018, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou unilateralmente o país do acordo e começou a reimpor sanções. O Irã retaliou ao deixar de cumprir algumas de suas obrigações sob o acordo.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou que considera "a decisão da UE e dos três países europeus como um ato ilegal com intenções maliciosas, contrariando suas obrigações sob o acordo nuclear".
"Alertamos as partes europeias a não tomar ações que certamente complicarão a gestão de suas relações e terão um impacto negativo nas negociações para a suspensão das sanções", acrescentou.
Até o momento, os esforços para reviver o acordo não obtiveram sucesso, com as conversações lideradas pelos europeus suspensas desde 2022. Em seu comunicado, o Ministério das Relações Exteriores britânico afirmou que a decisão de manter as sanções em vigor se baseou na "contínua falta de cumprimento por parte do Irã de suas... obrigações e escalada nuclear contínua".
*Com informações do i24NEWS
Este anúncio surge num momento delicado para os Estados Unidos, que se preparam para finalizar uma troca de prisioneiros com o Irã que inclui o descongelamento de ativos iranianos congelados em bancos sul-coreanos no valor de 6 mil milhões de dólares.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, realçou em declarações aos jornalistas que Washington está em contato com os aliados europeus sobre "os próximos passos apropriados".
O Irã negou durante muito tempo ter buscado armas nucleares e continua a insistir que o seu programa é inteiramente para fins pacíficos, embora Rafael Grossi, líder da Agência Internacional de Energia Atômica, o órgão de vigilância nuclear da ONU, tenha alertado que Teerã tem urânio enriquecido suficiente para várias armas nucleares, caso decida construí-las.
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