"A esquerda costuma ter medo de ser considerada traidora ou amiga dos palestinos, um receio que não existe com a direita", declarou o assessor da AP ao i24NEWS
Um alto funcionário da Autoridade Palestina (AP) concedeu uma entrevista exclusiva ao i24NEWS, discutindo as perspectivas de paz, mesmo diante do governo mais à direita da história de Israel, durante o programa em espanhol do canal.
O Dr. Mohammed Odeh é responsável pelas relações da Autoridade Palestina (AP) com os países da América Latina. Ele também atua como um dos conselheiros de Mahmoud Abbas e já foi conselheiro do líder palestino Yasser Arafat.
Quando questionado se os atuais partidos da coalizão israelense e a AP seriam capazes de alcançar a paz ou algum entendimento, o Dr. Odeh disse ao i24NEWS que parecia impossível, "mas quem sabe, geralmente aqueles que podem promover a paz em Israel são os partidos de direita, mais do que os de esquerda".
"Em geral, a esquerda costuma ter medo de ser considerada traidora ou amiga dos palestinos, um receio que não existe com a direita. É por isso que foi o Likud que fez a paz com o Egito, e ninguém criticou o que o Likud fez em Israel", explicou o alto funcionário da AP.
"Mas no dia em que Rabin quis fazer a paz com os palestinos, e ele estava mais ao centro-esquerda, ele foi assassinado", acrescentou o Dr. Odeh.
"Estou preocupado com [o Ministro das Finanças de Israel, Bezalel] Smotrich", declarou o Dr. Odeh. "Ele possui um plano político que busca encerrar o conflito, mas à sua maneira, criando um Estado religioso para os colonos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental."
"Mas quem está realizando o trabalho sujo? [o Ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar] Ben-Gvir", afirmou o alto funcionário da AP.
"Ele afirma que os judeus na Cisjordânia têm mais direitos para circular nas ruas do que os palestinos", acrescentou o Dr. Odeh, referindo-se a uma recente entrevista em que Ben-Gvir comentou sobre os postos de controle que, segundo o ministro israelense, salvam vidas à custa da restrição de movimento.
Itamar Ben-Gvir (à esquerda), líder do partido Poder Judaico, com Bezalel Smotrich (à direita), presidente do partido Sionismo Religioso |
"Nós, como palestinos, não queremos interferir na política interna de Israel. No entanto, sabemos que nos beneficia que haja disputas dentro de Israel, para que alguém em Israel se levante e diga que é hora de encerrar a ocupação", disse o Dr. Odeh.
"Que eles digam, 'Vamos deixar os palestinos, por que não alcançamos a paz e, em vez de gastar bilhões de dólares com o exército israelense, porque nos sentimos ameaçados pelos palestinos, pelos iranianos, etc., por que não investir os fundos no bem-estar da população israelense?'", acrescentou.
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