"As nações do Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) buscam alternativa ao dólar como moeda de reserva"
A expansão do Brics, decidida durante a cúpula do bloco realizada no mês passado na África do Sul, juntamente com a perspectiva de a Rússia assumir a presidência da organização no próximo ano, gerou especulações sobre uma possível moeda do bloco, possivelmente lastreada em ouro.
Em uma análise recente, Daniel McCarthy, estrategista do portal DailyFX.com, abordou esse tópico, afirmando que países emergentes já estão acumulando ouro em preparação para a criação dessa moeda comum.
Destacando que "as nações do Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) buscam uma alternativa ao dólar como moeda de reserva", o analista disse ainda que está havendo "muita discussão sobre o potencial de uma moeda lastreada no ouro para permitir que esses países contornem o dólar no comércio internacional".
Ele sugeriu que a China e outros países já deram os primeiros passos nessa direção, ressaltando que "em uma recente viagem ao oeste da Austrália, uma das maiores regiões produtoras de ouro físico do mundo, diversos contatos enfatizaram que praticamente cada onça do metal amarelo atualmente extraída do solo estava sendo enviada para a China", e que "há relatos de outros membros do Brics tomando medidas parecidas em outros lugares".
O estrategista especulou ainda que o desempenho positivo do preço do ouro nas últimas semanas poderia estar relacionado a esse fenômeno.
É importante notar que, com a Rússia assumindo a presidência do Brics em 1º de janeiro, a questão de uma moeda do bloco deve permanecer como uma das prioridades.
Além disso, o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, que também é o representante de alto nível do país para o Brics, já deixou claro durante uma coletiva de imprensa em Moscou, em 25 de agosto, que o objetivo do país é fortalecer o papel e a autoridade do bloco quando assumir sua liderança.
Ele também destacou na ocasião que a Rússia está comprometida em promover iniciativas de desdolarização dentro da união.
"As consultas continuam sobre a criação de instrumentos de pagamento eficazes dentro do contexto do Brics, independentes do Ocidente, bem como uma plataforma segura para liquidações transfronteiriças multilaterais", declarou.
*Com informações do portal Investing
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