Funcionário dos EUA, John Kirby, alertou que "assim como em outros acordos complexos, como este inevitavelmente será, todos devem fazer concessões", informou o Jerusalem Post
Uma "estrutura básica" foi estabelecida para um acordo de paz entre Israel e Arábia Saudita, informou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, a repórteres na sexta-feira (29), de acordo com informações de Riad.
"Todos as partes elaboraram, creio eu, uma estrutura básica para o que poderíamos alcançar", afirmou Kirby, conforme citado pela mídia saudita.
Entretanto, Kirby alertou que "assim como em outros arranjos complexos, como este inevitavelmente será, todos devem fazer concessões".
As declarações de Kirby foram apresentadas em uma série de relatórios que evidenciavam o progresso em direção a um acordo quadrilateral, principalmente entre Washington e Riad, mas que também envolveria um acordo de normalização com a Arábia Saudita e possivelmente um acordo provisório com os palestinos.
Como parte dos esforços para a normalização das relações entre Israel e Arábia Saudita, o Ministro do Turismo, Haim Katz, fez história ao se tornar o primeiro ministro israelense a visitar Riad, onde participou da Conferência da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO).
Na segunda-feira (2), o Ministro das Comunicações, Shlomo Kahri, e o presidente do Comitê de Assuntos Econômicos do Knesset, David Bitan, viajarão para a Arábia Saudita para a Conferência de Cargos Excepcionais como uma delegação oficial de Israel.
No entanto, o acordo de normalização é repleto de obstáculos complicados, incluindo a exigência saudita de enriquecer urânio como parte de seu programa nuclear civil e concessões aos palestinos.
O líder da oposição, Yair Lapid, fez um alerta em relação à exigência da Arábia Saudita para o enriquecimento de urânio, explicando que essa medida poderia levá-los a se tornarem um estado à beira da capacidade nuclear.
Os parceiros da coalizão de Netanyahu, como o Ministro da Segurança Nacional Itamar Ben Gvir, que lidera o partido Otzma Yehudit, e o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich, que lidera o Partido Sionista Religioso, advertiram contra qualquer concessão aos palestinos.
O líder palestino Mahmoud Abbas afirmou que qualquer acordo deve reconhecer o direito palestino a um Estado dentro das fronteiras de 1967, incluindo Jerusalém Oriental, e deve incluir um congelamento nos assentamentos. Não se espera que Israel concorde com essas exigências. Fontes disseram à Reuters que um acordo entre Arábia Saudita e Israel provavelmente não abordaria essas questões sensíveis.
Netanyahu disse que os palestinos não devem ter direito a veto no acordo. Um alto funcionário israelense disse aos repórteres que Netanyahu acredita que seu governo apoiaria o acordo.
Na sexta-feira, a Reuters noticiou que a Arábia Saudita está determinada a firmar um pacto militar que exija que os Estados Unidos defendam o reino em troca da abertura de relações com Israel, mesmo que Israel não faça grandes concessões aos palestinos em sua busca pelo reconhecimento do Estado, de acordo com três fontes regionais familiarizadas com as negociações.
Um pacto pode ficar aquém das garantias de defesa no estilo da Otan, que o reino buscou inicialmente quando a questão foi discutida pela primeira vez entre o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman e o presidente Joe Biden durante a visita do líder norte-americano à Arábia Saudita em julho de 2022.
Em vez disso, uma fonte dos EUA disse que o acordo pode se assemelhar aos tratados que Washington tem com Estados asiáticos ou, se isso não obtivesse a aprovação do Congresso norte-americano, poderia ser semelhante a um acordo dos EUA com o Bahrein, onde a Quinta Frota da Marinha Americana está estacionada. Esse acordo não precisaria do apoio do Congresso.
Washington também poderia adoçar qualquer acordo designando a Arábia Saudita como um importante aliado não pertencente à OTAN, um status já concedido a Israel, disse a fonte dos EUA.
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