O diplomata francês compartilha com o i24NEWS que a França está 'mudando gradualmente' em sua abordagem em relação ao Oriente Médio e Israel
O recém-designado embaixador francês em Israel, Frederic Journes, concedeu uma entrevista ao i24NEWS nesta terça-feira (19), abordando de forma específica os Acordos de Abraão e a evolução da perspectiva francesa em relação ao Estado judeu e à região.
Nesta terça-feira, Journes apresentou suas credenciais ao Presidente israelense, Isaac Herzog.
"Sempre buscamos promover, fortalecer e realçar as maravilhas das relações entre a França e Israel. Assim como muitos outros países, a França está passando por uma mudança gradual na maneira como enxerga esta região e, com sorte, também em relação a Israel", declarou Journes ao i24NEWS.
"A França olhou durante muito tempo para Israel e para a região do ponto de vista dos seus problemas, porém, estamos testemunhando uma notável transformação econômica nos países do Golfo", continuou.
"É uma região que traz soluções e oportunidades para o mundo. Ficamos surpreendidos pela dinâmica dos Acordos de Abraão, pois estávamos excessivamente concentrados nas atividades de Jared Kushner, conselheiro sênior do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, relacionadas à busca de uma solução para o conflito israelo-palestino", destacou, enfatizando que a perspectiva da França em relação à região está evoluindo, resultando em uma dinâmica ainda mais robusta nas relações entre França e Israel.
Em relação à resolução do conflito israelo-palestino, Journès lembrou que a França sempre apoiou a solução de dois Estados: "Queremos que os palestinos e israelenses encontrem a paz entre eles e se beneficiem com isso. Para isso, precisamos de um diálogo político, assim como aconteceu com os Acordos de Abraão."
"Queremos uma solução que traga paz e garanta a segurança de Israel."
Quanto ao programa nuclear do Irã, Journès – ex-governador da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) das Nações Unidas – defende o retorno da República Islâmica ao pacto JCPOA.
"Este acordo foi criticado, mas permitiu o controle sobre o que Teerã estava fazendo. Sem ele, perdemos essa visibilidade. Devemos retornar a este acordo para colocar o programa nuclear novamente sob controle, porque não queremos um Irã com armas nucleares."
*Com informações do i24NEWS
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