Musk tem sido alvo de críticas devido ao aumento do antissemitismo no X (antigo Twitter) desde que adquiriu a empresa, informou o Jerusalem Post
Elon Musk, o indivíduo mais rico do mundo e a mente por trás da plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter) e da Tesla, deve participar de uma discussão com figuras proeminentes da comunidade judaica nesta quinta-feira (28), conforme apurado pelo The Jerusalem Post. Esse encontro ocorre em um contexto de crescentes tensões entre Musk e a comunidade judaica organizada, devido ao aumento do antissemitismo em sua plataforma de mídia social. A conversa está agendada para ser transmitida ao vivo às 19h (9h PST) no X Spaces, a plataforma de áudio da rede.
Entre os participantes esperados para se juntar a Musk estão figuras como o influente da mídia conservadora, Ben Shapiro; o Rabino Ari Lamm, CEO da Bnai Zion; o Rabino Abraham Cooper do Centro Simon Wiesenthal; Natan Sharansky, ex-presidente da Agência Judaica; o Rabino Shmuley Boteach, autor e influenciador das redes sociais; o Advogado Alan Dershowitz; o Rabino Menachem Margolin, presidente e fundador da Associação Judaica Europeia; o Rabino Manis Friedman, co-fundador do Instituto de Estudos Judaicos Bais Chana; e possivelmente Reuven (Ruvi) Rivlin, ex-Presidente de Israel.
É digno de nota que todos os participantes são homens e a maioria deles tende para o lado conservador dos espectros político e social. Embora outros líderes de organizações judaicas tenham sido inicialmente convidados a participar, permanece incerto se os convites finais foram retidos devido a falta de interesse ou a uma decisão estratégica da equipe de Musk de manter uma reunião pequena e íntima.
Esta reunião ocorre logo após uma série de incidentes controversos envolvendo Musk. No início deste mês, ele ameaçou processar a Liga Anti-Difamação (ADL) por bilhões de dólares e endossou publicamente uma hashtag popularizada por supremacistas brancos. As ações de Musk provocaram indignação, já que ele se envolveu com um supremacista branco na plataforma X e endossou a hashtag #BanTheADL, que ganhou aderência entre os usuários antissemitas. A ADL posteriormente relatou que manifestantes neonazistas na Flórida estavam gritando "Ban the ADL".
Na semana passada, a reunião de Musk com o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu levantou questões sobre se era uma tentativa de recuperar sua imagem pública. No entanto, fontes próximas a Musk esclareceram que essa reunião havia sido planejada meses antes, antecedendo a disputa entre o CEO da ADL, Jonathan Greenblatt, e Musk. Greenblatt expressou sua apreciação pelo Primeiro-Ministro Netanyahu "levantar preocupações sobre a proliferação do antissemitismo" durante sua conversa nos escritórios da Tesla na Califórnia na última terça-feira. Ele manifestou a esperança de que Musk levasse essas preocupações a sério, tornando a plataforma mais segura e inclusiva para todos os usuários, especialmente sua comunidade judaica.
O novo logotipo do Twitter é exibido em um iPhone em Galway, Irlanda, em 24 de julho de 2023 | Crédito da foto: Reuters/Clodagh Kilcoyne |
O antissemitismo aumentou no X desde que Musk assumiu o volante
Pesquisas realizadas em março pela CASM Technology e ISD revelaram um aumento significativo e contínuo de postagens antissemitas na plataforma X desde a aquisição da empresa por Musk em 27 de outubro de 2022. Os analistas identificaram um total de 325.739 tweets antissemitas em inglês durante os nove meses que abrangem de junho de 2022 a fevereiro de 2023, com uma surpreendente elevação de 106% na média semanal desses tweets, passando de 6.204 para 12.762, quando comparamos os períodos anterior e posterior à aquisição de Musk.
Esta reunião de alto nível entre Elon Musk e líderes judeus carrega implicações profundas na luta contra o antissemitismo na era digital, com o mundo observando atentamente como eles enfrentam esta questão crítica.
*Todos os artigos publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam necessariamente a linha editorial do portal I7A.
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