Chefe da agência nuclear da ONU condena Irã por barrar inspetores

Líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, em uma exposição das conquistas da indústria nuclear do país em Teerã, Irã | Khamenei.Ir/AFP

Diretor-Geral da AIEA considera esta medida sem precedentes e diz que complicará a inspeção do programa nuclear da República Islâmica, informou o i24NEWS

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que o Irã impediu cerca de um terço de seus inspetores mais experientes de acessar os locais nucleares do país, classificando essa medida como sem precedentes e afirmando que ela complicará a inspeção do programa nuclear da República Islâmica.

"Condeno veementemente esta medida unilateral desproporcional e sem precedentes, que afeta o planejamento normal e a condução das atividades de verificação da agência no Irã e contradiz abertamente a cooperação que deveria existir entre a agência e o Irã", disse o Diretor-Geral da AIEA, Rafael Grossi.

Ele observou que foi informado pelo Irã sobre essa medida neste sábado.

"A falta de cooperação prejudicará a capacidade da organização de fornecer garantias credíveis de que o material nuclear e as atividades no Irã têm fins pacíficos", acusou Grossi, instando o Irã a reconsiderar a medida.

"Essa decisão profundamente lamentável do Irã é mais um passo na direção errada e constitui um golpe desnecessário em uma relação já tensa entre a AIEA e o Irã", acrescentou.

Na semana passada, a agência nuclear da ONU afirmou, em relatórios confidenciais vistos pela AFP, que o Irã não fez "nenhum progresso" em várias questões nucleares pendentes, incluindo a instalação de mais câmeras para monitorar seu programa nuclear.

Em março, Teerã prometeu reativar dispositivos de vigilância que foram desconectados em junho de 2022, em meio ao agravamento das relações com o Ocidente.

No início desta semana, o Reino Unido, os Estados Unidos, a França e a Alemanha disseram à AIEA que o Irã deve esclarecer questões relacionadas ao seu programa nuclear, incluindo preocupações com as câmeras de monitoramento e a presença de partículas de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

Antes disso, Grossi expressou preocupação de que a comunidade internacional estivesse perdendo o interesse em responsabilizar o Irã pelo avanço do seu programa nuclear.

*Todos
 os artigos publicados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não expressam necessariamente a linha editorial do portal I7A.

Postar um comentário

0 Comentários