O Kremlin ressaltou a 'disposição' de Moscou em
'retornar aos acordos de Istambul assim que o Ocidente cumprir integralmente
suas obrigações'
Nesta quarta-feira (2), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, recebeu
um telefonema de seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, pedindo ajuda
para exportar grãos russos para países africanos.
De acordo com um comunicado publicado pelo Kremlin, o telefonema se concentrou
na retirada da Rússia do acordo de grãos do Mar Negro com a Ucrânia, negociado
pela Turquia no ano passado.
"Foi observado que, devido às condições de total falta de progresso na
implementação da parte russa do "acordo de grãos", sua extensão
posterior perdeu o sentido", disse o comunicado, observando, no entanto, a
"disposição" de Moscou em "retornar aos acordos de Istambul
assim que o Ocidente realmente cumprir todas as obrigações para com a Rússia
descritas neles".
Na semana passada, os líderes africanos que participaram da segunda cúpula
Rússia-África em São Petersburgo instaram Putin a reconsiderar o acordo
de grãos. Em resposta à oferta de fornecer toneladas de grãos gratuitos a seis
países africanos afetados pelo bloqueio russo aos portos ucranianos, eles
esclareceram ao presidente russo que não buscavam "presentes", mas
sim uma parceria equitativa.
O comunicado do Kremlin enfatizou que estão sendo elaboradas opções confiáveis
para o fornecimento de grãos russos, inclusive gratuitamente, levando em
consideração as necessidades dos países mais carentes de alimentos. Essa
questão foi amplamente discutida na segunda cúpula Rússia-África realizada
recentemente em São Petersburgo. Além disso, expressaram o desejo de cooperar
nesta área com a Turquia e outros países interessados.
A Rússia se retirou do acordo de grãos em 17 de julho e, desde então, tem
realizado ataques frequentes aos portos ucranianos, resultando na destruição de
armazenamentos de grãos e infraestrutura. Essas ações têm sido fortemente
condenadas por Kiev, que acusa Moscou de praticar "terrorismo
alimentar", e também pela Romênia, que classificou os ataques russos aos
portos do Danúbio, perto de sua fronteira, como "crimes de guerra".
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