A Arábia Saudita há muito defende a causa palestina e tem evitado contatos oficiais com Israel, mas de forma discreta, aceita os Acordos de Abraão
A Autoridade Palestina (AP) da Cisjordânia manifestou nesta quinta-feira (3) o desejo de estabelecer um diálogo com a Arábia Saudita, a fim de abordar suas preocupações em relação à possível normalização das relações entre o país do Golfo e Israel, noticiou o i24NEWS.
"O que lemos nas notícias é que a Arábia
Saudita impôs condições distintas em relação à normalização", declarou o
ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Maliki,
durante uma entrevista coletiva em Ramallah. "Uma dessas condições é, de
fato, o fim da ocupação israelense e a concretização do Estado da
Palestina."
"Se isso for realmente o caso, é verdadeiramente muito
significativo", continuou.
"Espero sinceramente que os sauditas mantenham essa posição firme e não se
deixem influenciar por qualquer tipo de pressão ou intimidação, seja do governo
Biden ou de qualquer outra entidade."
Na semana passada, o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que uma
aproximação entre a Arábia Saudita e Israel "pode estar em andamento",
após meses de esforços de Washington para negociar um acordo entre os dois
adversários históricos. No entanto, autoridades dos três países ressaltaram que
qualquer acordo ainda está distante, pois existem questões complexas que
precisam ser resolvidas. Essas questões incluem a situação tensa na Judeia e
Samaria (Cisjordânia) e a possibilidade de desenvolvimento de um programa de
energia nuclear civil por parte de Riad.
De fato, a especulação sobre uma possível aproximação entre a Arábia Saudita e
Israel tem causado preocupação entre os palestinos. Eles temem que tal acordo
possa enfraquecer ainda mais o apoio à sua causa no mundo árabe e comprometer
as esperanças de alcançar um Estado palestino independente.
"Gostaríamos muito de ouvir os sauditas, de coordenar com os sauditas",
disse al-Maliki.
A Arábia Saudita há muito defende a causa palestina e tem evitado contatos oficiais com Israel, mas de forma discreta, aceita os Acordos de Abraão entre os israelenses e um punhado de países árabes.
O enviado estrangeiro da AP acrescentou que a liderança palestina estava "desapontada" com o governo Biden, dizendo que "não somos a prioridade deles".
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