Venda de sistema antimísseis será a maior da história de Israel, informou o Times of Israel
O governo dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (17) o pedido de Israel para exportar o sistema de defesa antimísseis Arrow 3, desenvolvido em parceria, para a Alemanha. Essa transação representa o maior acordo de defesa único da história de Israel.
Por meio de um comunicado, o Ministério da Defesa informou que o Departamento de Estado dos EUA notificou o Ministro da Defesa, Yoav Gallant, e outros altos funcionários do ministério, sobre a aprovação do governo dos EUA para a venda do sistema. O sistema foi desenvolvido em conjunto pela Organização de Defesa de Mísseis de Israel e a Agência de Defesa de Mísseis dos Estados Unidos, sendo fabricado pela Israel Aerospace Industries.
O Arrow 3 é atualmente o sistema de defesa antimísseis de longo alcance mais avançado de Israel, projetado para interceptar mísseis balísticos ainda fora da atmosfera terrestre, neutralizando projéteis e suas ogivas nucleares, biológicas, químicas ou convencionais, mais próximo dos locais de lançamento, a uma distância de até 2.400 quilômetros. Além disso, está em andamento o desenvolvimento de um sistema ainda mais avançado, o Arrow 4.
O Ministério da Defesa afirmou que altos funcionários de defesa israelenses e alemães assinarão uma carta de compromisso nas próximas semanas, e a Alemanha transferirá para Israel um pagamento inicial de cerca de US$ 600 milhões para estabelecer a fabricação e produção antes da assinatura completa do contrato.
O contrato completo de US$ 3,5 bilhões (anteriormente relatado como US$ 4,3 bilhões), de acordo com o ministério, será assinado até o final de 2023, após a obtenção das aprovações finais de ambos os parlamentos. Berlim espera que o sistema Arrow 3 seja entregue no último trimestre de 2025.
Buscando fortalecer suas defesas diante da invasão russa na Ucrânia, a Alemanha está há mais de um ano em busca da aquisição do sistema Arrow 3 de Israel. O acordo também foi objeto de discussão em uma reunião ocorrida em abril entre o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu e a chanceler alemão Olaf Scholz.
Na noite desta quinta-feira, Netanyahu elogiou o acordo, chamando-o de um "ponto de virada histórico" entre as duas nações.
"Há setenta e cinco anos, o povo judeu foi reduzido a cinzas na Alemanha nazista", declarou Netanyahu. "Setenta e cinco anos depois, o Estado Judeu proporciona à Alemanha, uma outra Alemanha, ferramentas para se defender... que orgulho israelense. Que ponto de virada histórico."
Mais cedo, Gallant saudou o avanço da venda do sistema, afirmando que a aprovação dos EUA era "uma expressão de confiança nas excelentes capacidades das indústrias de defesa de Israel."
"Esta é uma decisão significativa, que contribuirá para o fortalecimento das forças de Israel e para a economia do país. Também é especialmente significativo para cada pessoa judia que a Alemanha esteja adquirindo capacidades de defesa de Israel", disse Gallant em declarações divulgadas por seu gabinete. "O Arrow 3 é um sistema revolucionário, o mais avançado de seu tipo no mundo, e também um multiplicador de forças na defesa aérea de Israel, em breve também na Europa."
"Nossa cooperação com o governo dos EUA é fundamental para o processo de desenvolvimento do sistema e para a realização deste acordo significativo. Isso reflete mais uma vez os laços de defesa poderosos entre os EUA e Israel", acrescentou, destacando que o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, desempenhou um "papel central nesse processo".
O diretor-geral do Ministério da Defesa, brigadeiro-general (res.) Eyal Zamir, afirmou que o "acordo histórico, o maior acordo de exportação de defesa em nossa história, impulsionará as exportações de defesa de Israel para um novo recorde, seguindo a conquista notável do ano passado de US$ 12,5 bilhões".
O governo alemão liderou um esforço para fortalecer as defesas aéreas da OTAN na Europa após testemunhar os ataques de mísseis implacáveis da Rússia contra a Ucrânia, incentivando os aliados a adquirirem sistemas de dissuasão em conjunto. Mais de uma dúzia de países europeus já aderiram à iniciativa conhecida como European Sky Shield (em português, Escudo Celeste Europeu).
*As agências contribuíram para este relatório.
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