Membros do Conselho pedem ao Diretor-Geral do Ministério da Saúde para alertar sobre médicos que consideram sair devido a mudanças judiciais, e especialistas e estudantes de medicina que relutam em voltar mesmo com vagas disponíveis, informou o Ynet
O Conselho Nacional de Médicos emitiu um alerta na quarta-feira (16), destacando que Israel está enfrentando um perigo real devido à escassez de médicos. Isso poderá ocorrer caso estudantes de medicina e médicos em processo de especialização no exterior optem por não retornar ao país.
Em uma carta dirigida a Moshe Bar Siman Tov, diretor-geral do Ministério da Saúde, o conselho enfatizou a necessidade de esclarecer a situação junto aos responsáveis pelas decisões governamentais.
Recentemente, surgiram acusações contra Bar Siman Tov por supostamente não ter comunicado adequadamente ao governo a gravidade iminente da crise. Ele tem um encontro agendado com estudantes de medicina israelenses para esta quinta-feira.
O Conselho está preocupado com o fato de que, além dos médicos que estão pensando em partir para trabalhar em centros médicos no exterior, agora também há o risco de que muitos dos graduandos das escolas de medicina europeias escolham não retornar, apesar de terem oportunidades de emprego aguardando-os no país.
O Conselho está preocupado com o fato de que, além dos médicos que estão pensando em partir para trabalhar em centros médicos no exterior, agora também há o risco de que muitos dos graduandos das escolas de medicina europeias escolham não retornar, apesar de terem oportunidades de emprego aguardando-os no país.
Recentemente, a associação de médicos uniu forças a peticionários que demandam o cancelamento da primeira iniciativa de reforma judicial do governo, conhecida como a cláusula de razoabilidade, que foi aprovada no último mês. Em um artigo publicado na respeitada revista "The Lancet", Hagai Levin, o presidente da associação, ressaltou que Israel está caminhando para um sistema de saúde equivalente ao de países do terceiro mundo.
Em entrevista ao Ynet, Levin disse estar preocupado quanto à possibilidade de uma queda na expectativa de vida. Ele afirmou: "É nisso que este governo nos está conduzindo".
*Com informações do YnetEm sua carta, os membros do conselho afirmaram de maneira inequívoca que a ameaça ao sistema de saúde israelense é concreta. "Como designados pelo próprio Ministério da Saúde, temos a responsabilidade de informar sobre processos que percebemos como perigosos para um sistema que todos valorizamos", enfatizaram. Salientaram que, embora Israel possua um dos sistemas de saúde mais respeitados globalmente, enraizado em fundamentos centenários, este sistema está atualmente enfrentando uma séria ameaça.
Eles denunciaram o flagrante desrespeito às recomendações profissionais e às necessidades de saúde pública, em prol de opções de saúde privada. Isso ficou evidenciado na reversão governamental da legislação que anteriormente estabeleceu um imposto sobre bebidas açucaradas para combater a diabetes, na recusa dos ministros em elevar o preço dos cigarros eletrônicos e na decisão de cancelar um programa nacional destinado a garantir alimentação adequada para crianças carentes.
Os membros do conselho também soaram o alarme sobre os prejuízos que a profissão médica enfrentaria caso a legislação proposta fosse aprovada. Essa lei permitiria que indivíduos sem treinamento médico suficiente obtivessem licenças do Ministério da Saúde para praticar medicina, o que poderia ter consequências devastadoras.
Ademais, levantaram sérias preocupações quanto à intenção dos ministros de dissolver o conselho responsável pela supervisão do treinamento avançado de médicos, bem como as sanções propostas por legisladores da coalizão que ameaçam até mesmo a existência da associação médica. Este panorama representa uma ameaça direta à integridade do sistema médico e ao compromisso com a excelência na atenção à saúde.
Na carta, os membros do conselho manifestam veementemente sua condenação aos ataques públicos direcionados aos médicos por seu apoio aos protestos contra a legislação judicial. Esses ataques são provenientes de membros da coalizão governamental e seus defensores na mídia. Isso é notável mesmo após os médicos terem recebido elogios pelo seu trabalho incansável e dedicação durante a pandemia de coronavírus. Além disso, eles observaram que médicos que também fazem parte da comunidade LGBTQ têm sido alvo desses ataques.
A cooperação internacional já sofreu consequências negativas e os médicos estão preocupados com a possibilidade de adiamentos ou cancelamentos de ensaios clínicos, bem como retenção de subsídios. Eles destacaram que especialistas estão mostrando hesitação em vir para Israel para compartilhar seus conhecimentos, apesar de muitas vezes o motivo real ser obscurecido em comunicações oficiais, sendo revelado somente em conversas informais. Salientaram que o prejuízo no âmbito acadêmico não deve ser subestimado, sendo tão significativo quanto os demais impactos.
De maneira contundente, afirmaram: "Médicos que percebem que seu próprio país os considera como adversários buscarão oportunidades em outros lugares, infligindo um sério dano ao sistema de saúde". Eles enfatizaram a importância de se ter uma visão abrangente da situação e ressaltaram que, embora o número exato de médicos que optarão por sair ou não retornar a Israel ainda não esteja claro, a demora em perceber esses números terá consequências irreversíveis.
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