Presidente iraniano Raisi critica Ocidente por ter "falhado" em desencorajar sua nação e isolar Teerã, ao passo que elogia os recentes êxitos diplomáticos
O Presidente do Irã, Ebrahim Raisi, destacou nesta terça-feira (29) as mais recentes ações diplomáticas de seu país, afirmando que o Ocidente falhou em isolar a República Islâmica, embora tenha demonstrado interesse em reviver um acordo nuclear.
"O inimigo tentou seguir duas estratégias: uma era isolar o Irã do mundo e a outra era desencorajar a nação iraniana", disse Raisi durante uma coletiva de imprensa em Teerã.
"Ele falhou com ambas as estratégias. Não teve sucesso em isolar o Irã", afirmou o presidente da República Islâmica em referência a várias sanções impostas pelo Ocidente.
A maior parte das sanções foi imposta ao Irã depois que os Estados Unidos encerraram um acordo nuclear em 2018, sob a liderança do ex-presidente Donald Trump. Teerã também foi punida por seu histórico de direitos humanos, especialmente após uma repressão cruel aos protestos que eclodiram em setembro de 2022 pela morte da curdo-iraniana Mahsa Amini sob custódia policial.
No entanto, Raisi disse que o Irã continuará buscando "a suspensão das sanções" por meio de negociações para reviver o acordo nuclear de 2015, além de trocas de prisioneiros com os Estados Unidos. No entanto, ele deixou claro que "não estamos atrelando a economia do país aos desejos" dos países ocidentais.
As tensões mostraram sinais de amenização este mês, após um acordo ser alcançado para que o Irã liberte cinco prisioneiros americanos em troca do descongelamento de US$ 6 bilhões em fundos iranianos na Coreia do Sul. No entanto, um ponto importante no delicado acordo foi que ele não sinalizou o retorno ao acordo nuclear, à medida que as eleições presidenciais dos EUA de 2024 se aproximam.
Raisi prosseguiu mencionando outros sucessos diplomáticos, incluindo a reaproximação com a Arábia Saudita e o status de membro na Organização de Cooperação de Xangai, bem como um convite ao grupo econômico BRICS em uma cúpula na semana passada.
Raisi declarou que alianças com países emergentes "representam uma boa oportunidade para contrapor o unilateralismo americano", acrescentando que seu governo estava trabalhando "para reduzir a influência do dólar" na economia do Irã, o que também tem sido um objetivo relatado das nações do BRICS.
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