Após conversações entre os ministros das Relações Exteriores do Sudão e do Irã, realizados em Baku durante o mês de julho, o regime iraniano optou por fornecer respaldo militar às forças armadas sudanesas
De acordo com o Al Arab, fontes sudanesas corroboraram que um carregamento de armas foi despachado a partir do Irã em direção à região leste do país. Esse carregamento tem como finalidade prestar auxílio às forças armadas sudanesas no confronto contra os paramilitares conhecidos como Forças de Apoio Rápido (RSF).
Os confrontos entre o exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) persistem desde o surgimento das tensões em abril. As discrepâncias entre esses dois grupos resultam, em grande parte, da iniciativa de incorporar as FAR às forças armadas sudanesas.
Os dois países discutiram a retomada das relações diplomáticas após o encontro no início de julho na capital do Azerbaijão, quando os dois chanceleres se reuniram por ocasião da reunião do Movimento dos Países Não Alinhados.
A reunião marcou a primeira em sete anos, desde que as relações diplomáticas foram interrompidas em consequência da invasão da embaixada saudita em Teerã, ocorrida em 2016. O subsequente reatamento das relações entre Teerã e Riad suscitou a esperança de que outros países árabes pudessem seguir a liderança da Arábia Saudita na restauração dos laços diplomáticos.
Os dois países optaram por não anunciar oficialmente a retomada das relações, devido à preocupação de que isso pudesse impactar negativamente a já complexa situação dos combates no Sudão. Entretanto, o ministro interino das Relações Exteriores do Sudão, Ali Sadeq, prontamente expressou sua gratidão ao governo iraniano pelo fornecimento de auxílio humanitário através do Crescente Vermelho Iraniano, uma organização filantrópica vinculada à Cruz Vermelha Internacional. Isso ocorreu durante o conflito entre as forças armadas e as unidades paramilitares. Além disso, ele mencionou o forte interesse em explorar "meios para reestabelecer os laços o mais breve possível" entre as duas nações.
Forças de segurança sudanesas montam guarda na capital do Sudão, Cartum | Ashraf Shazly/AFP |
O regime dos aiatolás está particularmente interessado em assegurar sua influência no Mar Vermelho
Após restabelecer as relações diplomáticas com a Arábia Saudita, o Irã reafirmou seu compromisso em revitalizar os laços diplomáticos com nações árabes, estrategicamente evitando o isolamento tanto político quanto econômico. Em particular, através de sua relação com o Egito, (outro enclave significativo no Mar Vermelho), o Irã optou por convidar parlamentares egípcios, visando intensificar essas relações e promover um entendimento mútuo mais profundo.
Espera-se ainda a possibilidade de um encontro entre o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e seu homólogo iraniano, Ibrahim Raisi, durante as sessões da ONU em Nova York, agendadas para setembro. Este encontro tem como objetivo inaugurar as negociações bilaterais entre os dois países. A diplomacia iraniana também se empenhou em fortalecer os laços políticos e econômicos com várias nações africanas, notadamente após a visita do Presidente Ibrahim Raisi a Uganda, Quênia e Zimbabwe.
O Irã persiste em sua busca por apoio internacional como parte de sua iniciativa para mitigar a pressão e o isolamento decorrentes das severas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
O Irã persiste em sua busca por apoio internacional como parte de sua iniciativa para mitigar a pressão e o isolamento decorrentes das severas sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
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