Potencial acordo: Libertação de americanos detidos no Irã e acesso a fundos iranianos de $6 bilhões, porém sem alívio de sanções, afirma Blinken
Cinco cidadãos americanos que estavam detidos no Irã foram agora colocados em prisão domiciliar. Isso marca o início de um acordo entre os Estados Unidos e o Irã, no qual cerca de $6 bilhões em fundos iranianos seriam disponibilizados de forma mais acessível a Teerã. Em contrapartida, os cidadãos americanos retornariam aos EUA. As informações foram reportadas pela CNN nesta quinta-feira (10).
Quatro dos americanos – Siamak Namazi, Emad Shargi, Morad Tahbaz e um quarto americano que não foi identificado publicamente – foram transferidos da notória Prisão Evin, em Teerã, nesta quinta-feira, conforme confirmado pela Casa Branca.
O quinto americano, também não identificado publicamente, já estava em prisão domiciliar, segundo uma fonte familiarizada com as negociações.
A fonte descreveu o desenvolvimento como "um passo encorajador", observando que há "um plano que basicamente foi acordado". No entanto, afirmaram que "ainda há vários pontos que precisam ser resolvidos" no acordo em perspectiva para trazer os americanos de volta aos Estados Unidos.
Dentro do plano estratégico, estão incluídos os projetos para tornar $6 bilhões em fundos iranianos, que estavam em uma conta restrita na Coreia do Sul, mais prontamente disponíveis para o "comércio não sancionado" de bens como alimentos e medicamentos, ao movê-los para "uma conta restrita em outro local", de acordo com informações da CNN.
A fonte explicou que isso não representaria a concessão de novos fundos ao Irã, observando que esses fundos já se encontram em contas sul-coreanas e são utilizados para fins humanitários e comércio não sancionado. No entanto, tem havido desafios na conversão da moeda sul-coreana.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, esclareceu posteriormente que "de qualquer forma, em qualquer aspecto, o Irã não receberá qualquer alívio de sanções" como parte do acordo.
"Os Estados Unidos continuarão aplicando todas as suas sanções contra o Irã", afirmou.
Também é esperado que haja um componente para troca de prisioneiros no acordo, embora a fonte tenha afirmado que "nenhum prisioneiro detido nos EUA será libertado em troca desses americanos que estão em prisão domiciliar".
A Missão Permanente da República Islâmica do Irã nas Nações Unidas declarou em um comunicado que "como parte de um acordo de cooperação humanitária mediado por um governo terceiro, Irã e EUA concordaram em libertar e perdoar reciprocamente cinco prisioneiros".
"A transferência desses prisioneiros para fora da prisão marca um passo inicial significativo na implementação deste acordo", afirmou o comunicado.
Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, declarou em um comunicado que os Estados Unidos "receberam a confirmação de que o Irã libertou da prisão cinco americanos que foram detidos injustamente e os colocou em prisão domiciliar".
"Continuaremos monitorando a condição deles o mais de perto possível. Claro, não descansaremos até que todos estejam de volta aos Estados Unidos", acrescentou.
"Até esse momento, as negociações para a eventual libertação deles continuam em andamento e são delicadas. Portanto, teremos poucos detalhes para fornecer sobre o estado de sua prisão domiciliar ou sobre nossos esforços para garantir sua liberdade", afirmou Watson.
As negociações em relação aos americanos detidos são separadas das discussões sobre o programa nuclear do Irã, afirmou uma fonte nesta quinta-feira, mas observou que, se os americanos forem libertados, "isso poderia talvez facilitar as discussões em outras áreas".
O Irã assinou o acordo nuclear, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), com potências mundiais em 2015. Em 2018, o então presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo e reimplementou sanções contra Teerã.
O Irã respondeu à retirada de Trump do acordo nuclear de 2015 reduzindo seu cumprimento com o acordo. No entanto, a administração Biden buscou retornar ao acordo e realizou negociações indiretas com o Irã para um retorno ao cumprimento.
Embora as negociações tenham sido interrompidas em setembro, após as partes não chegarem a um acordo sobre as investigações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) das atividades nucleares do Irã, relatórios recentes indicaram que os EUA e o Irã tiveram conversas indiretas sobre um novo acordo.
Posteriormente, Blinken negou que um acordo tivesse sido alcançado entre a administração Biden e o governo iraniano sobre o programa nuclear do Irã.
"Não há acordo em vista, mesmo enquanto continuamos dispostos a explorar caminhos diplomáticos", afirmou Blinken.
*Com informações do Israel National News - Arutz Sheva
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