Brasil: Pró-palestinos protestam em Manaus

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Alunos pró-palestinos alegavam que a palestra era baseada em ações que violavam leis internacionais e os direitos do povo palestino


Uma confusão após uma palestra na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) terminou com um aluno preso pela Polícia Federal e uma servidora agredida. O caso aconteceu na tarde de quinta-feira, no campus da universidade, em Manaus.

Segundo a Universidade, uma palestra acontecia em um dos auditórios da instituição, quando um grupo de alunos de um grêmio estudantil começou a protestar do lado de fora. O debate era sobre o empreendedorismo em Israel e estava sendo conduzido pelo presidente-executivo da StandWithUs Brasil, André Lajst.

Do lado de fora, alunos pró-palestinos alegavam que a palestra era baseada em ações que violavam leis internacionais e os direitos do povo palestino. Policiais federais que estavam no local, por conta de uma ameaça dos estudantes contra a realização da palestra, tentaram acalmar os alunos.

Uma servidora da instituição também saiu do auditório para tentar conciliar os ânimos, quando foi agredida verbalmente pelos estudantes. A filha dela, que estava próxima, também foi agredida, momento no qual a servidora reagiu aos empurrões dos alunos. Ela teve o nariz quebrado.

Em meio à confusão, um aluno que protestava contra a realização palestra, teria empurrado um policial federal. Diante da agressão, o suspeito foi detido e levado para a sede da corporação em Manaus. Já o palestrante saiu escoltado pelos agentes federais.

Após ser alvo de protestos na UFAM, o cientista político André Lajst divulgou um vídeo com imagens do protesto e uma nota sobre o ocorrido.

Confira nota na íntegra da StandWithUS:

A StandWithUs Brasil repudia as ações antissemitas e violentas promovidas por manifestantes de grupos de ódio – apoiados e instigados pelo DCE-UFAM – contra o nosso presidente-executivo, André Lajst, e contra alunos e funcionários da Universidade Federal do Amazonas. André foi ao campus, após ser convidado para palestrar, num evento acadêmico, sobre desenvolvimento tecnológico em Israel e cooperação com a Amazônia, e precisou ser protegido pela Polícia Federal da ação violenta destes grupos, que rejeitavam sua “presença” por ser judeu e cidadão israelense.

Como instituição educacional, defendemos a pluralidade e liberdade de pensamento e de expressão em ambientes acadêmicos e instituições de ensino superior. Tentar impedir com violência uma palestra acadêmica é um atentado contra os princípios democráticos, que se torna ainda mais grave quando o motivo é a identidade do palestrante – pela sua nacionalidade, cor, etnia, religião, gênero, orientação sexual etc.

O Centro de Relações Institucionais da StandWithUs Brasil esteve, nos últimos meses, desenvolvendo parcerias junto ao Instituto Ajuricaba e a Universidade Federal do Amazonas. A primeira parceria consolidada foi a participação do nosso presidente-executivo, André Lajst, como palestrante de um dos painéis do 1º Simpósio Ajuricaba de Liberdade na Amazônia, ocorrido hoje, dia 10 de agosto de 2023.

Com a temática “Desenvolvimento Amazônico”, o simpósio contou com a participação de outros três especialistas em diversos assuntos relacionados a empreendedorismo, desenvolvimento e sustentabilidade na Amazônia.

Antes do evento, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Amazonas (DCE-UFAM), promoveu um manifesto nas redes sociais repudiando “a presença do sionista André Lajst nas dependências da UFAM” , argumentando com uma série de clichês e mentiras sobre o conflito israelense-palestino. Mas o tema da palestra de Lajst não tinha sequer relação com isso. Ele falou sobre o desenvolvimento tecnológico de Israel e fez propostas de cooperação internacional que poderiam trazer soluções sustentáveis para a Amazônia.

O manifesto, seguindo a cartilha do movimento antissemita BDS – que faz boicote a palestras de professores israelenses, shows de música de artistas israelenses e até exibição de filmes com atores ou atrizes israelenses – incluía palavras como “genocídio” e “apartheid”, acusações absolutamente falsas e absurdas contra Israel, e alguns manifestantes chegaram ao cúmulo de chamar de “nazista” o André, que é judeu e neto de um sobrevivente do campo de extermínio de Sobibor.

O ambiente acadêmico deveria ser um espaço aberto e democrático para que haja debates respeitosos entre lados divergentes sobre questões políticas.

A crítica a Israel (ou a qualquer país do mundo) pode e deve ser feita, porém, pedir pela sua destruição, atribuir a Israel crimes contra a humanidade que jamais ocorreram e acusar levianamente uma pessoa de ser “defensor desses crimes” é discurso de ódio e difamação. Ainda mais quando a palestra não era para falar sobre a política israelense ou o conflito israelo-palestino, mas sobre o desenvolvimento sustentável da região amazônica através do exemplo de inovação e desenvolvimento israelense.

Lamentamos que, devido à escalada da violência perpetrada pelos manifestantes, tenha havido a necessidade de requerimento, por parte da reitoria da universidade, de presença da polícia federal no local. É absurdo e assustador que um palestrante precise de proteção policial num evento acadêmico, numa universidade federal, apenas por ele ser judeu e cidadão israelense.

Em um ambiente ideal, nenhuma segurança deveria ser necessária para poder proteger a integridade física de pessoas que estão educando sobre inovação.

Nós nos solidarizamos ainda com a Universidade Federal do Amazonas e com o Instituto Ajuricaba diante do acontecido. Destacamos seus posicionamentos alinhados com os valores democráticos e com a liberdade de expressão, que são caros e necessários em ambientes acadêmicos. Gratulamos também o corpo discente da UFAM, que em sua maioria, demonstrou um forte repúdio a quaisquer tipos de ideias e discursos antissemitas em seu campus.

Reiteramos que nosso trabalho é criar pontes, educar, qualificar o debate e engajar todos aqueles que desejam aumentar seu conhecimento sobre Israel e o Oriente Médio como um todo. Em nossas publicações, sempre haverá um chamado para a paz e nos livros já traduzidos pela nossa organização, estão nomes de pacifistas e acadêmicos que convidam o outro lado para um debate democrático e rico de ideias.

Seguiremos fazendo nosso trabalho em todos os espaços acadêmicos no Brasil, bem como escolas e organizações da sociedade civil.

Em tempos de polarização no mundo, temos que dar um passo atrás e criar curiosidade para com o outro lado. Somente assim, poderemos dialogar como aqueles que discordamos para que uma paz duradoura e o enriquecimento acadêmico possam, efetivamente, acontecer.


Assista aqui ao vídeo de André Lajst:
 

Lamentável. Fui convidado para falar sobre desenvolvimento sustentável na Universidade Federal do Amazonas e tive de ser escoltado pela polícia porque um grupo de antissemitas quis impedir violentamente a minha “presença”. Esse ódio tem que parar!
pic.twitter.com/LuP8zVVWA8


*Com informações da Revista Bras.il a partir do G1 e Twitter Andre Lajst

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