Emma Tsurkov relata que mantinha contato diário, tendo conversado com ela apenas um dia antes de seu sequestro pelo grupo de milícia iraquiana Kata'ib Hezbollah
Emma Tsurkov, em sua declaração ao jornal israelense Maariv, revelou que ela e sua irmã Elizabeth, cidadã israelense, estavam em contato um dia antes do sequestro perpetrado por um grupo paramilitar no Iraque.
"Estávamos em contato diariamente, e tive uma conversa normal com ela um dia antes de seu sequestro", afirmou.
No dia seguinte, ela não respondeu às minhas mensagens e ligações, o que foi incomum, já que ela costumava responder sempre que eu enviava um vídeo do meu filho para ela. Foi aí que percebi que algo estava errado", acrescentou a irmã de Tsurkov.
Elizabeth Tsurkov no estúdio i24NEWS, em 2014 | i24NEWS |
Sua irmã compartilhou informações sobre o propósito da visita de Elizabeth ao Iraque, revelando que ela tinha a intenção de realizar pesquisas sobre os movimentos políticos no Oriente Médio e compreender como as pessoas comuns percebem a realidade política em que vivem.
"Não há substituto para estar no campo, é necessário ter um contato direto com as pessoas. Ela estava convencida de que não havia outra maneira de conduzir sua pesquisa", enfatizou.
"São dias muito difíceis", acrescentou Emma. "Não fomos informados imediatamente sobre o sequestro dela, demorou para compreendermos o que estava acontecendo. Eu não desejo as noites sem dormir que estou tendo a ninguém."
Elizabeth Tsurkov, uma estudante de doutorado na Universidade de Princeton e cidadã russo-israelense, ficou refém por quatro meses no Iraque sob o controle do Kata'ib Hezbollah, um grupo paramilitar iraquiano apoiado pelo Irã. Essa organização é uma das mais influentes dentro do Hashd al-Shaabi, uma coalizão de ex-paramilitares pró-Irã que foram integrados às forças regulares do Iraque.
Tsurkov usou seu passaporte russo para entrar no Iraque, sendo que já havia visitado o país anteriormente, e estava plenamente ciente dos perigos envolvendo cidadãos israelenses.
Elizabeth e sua família imigraram da Rússia para Israel quando ela tinha 4 anos, se estabelecendo na comunidade de Kfar Elad, localizada no sul da Cisjordânia.
Aos 37 anos, Elizabeth passou uma década trabalhando com organizações de direitos humanos em Israel e no Oriente Médio. Ela possui um mestrado pela Universidade de Tel Aviv, onde se especializou em sua área de interesse: Síria, Iraque e os movimentos xiitas.
Atualmente, Israel está envolvido em negociações de backchannel (canais de comunicação discretos) na tentativa de garantir a libertação de Tsurkov.
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