O acordo permitiu à Ucrânia exportar mais de 35
milhões de toneladas de grãos, principalmente para países em desenvolvimento na
África e no Oriente Médio
Nesta sexta-feira (14), o presidente turco, Recep
Tayyip Erdogan, anunciou que o presidente russo, Vladimir Putin,
concordou em prorrogar o acordo de exportação de grãos do Mar Negro com a
Ucrânia.
O líder turco informou aos repórteres que discutiu com Putin sobre o
acordo crucial que permite a exportação de grãos ucranianos, visando aliviar a
crise alimentar global. Esse acordo, assinado cinco meses após a invasão da
Ucrânia pela Rússia, deve expirar na segunda-feira. Putin ameaçou não
renová-lo devido a obstáculos enfrentados pelas exportações da Rússia.
Segundo a AFP, Erdogan afirmou aos repórteres: "Estamos nos
preparando para receber Putin em agosto e chegamos a um acordo para
estender o corredor de grãos do Mar Negro".
No início desta semana, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres,
enviou uma carta a Putin abordando a extensão do acordo. Na carta, Guterres
expressou apoio à remoção de obstáculos que impedem a Rússia de exportar seus
fertilizantes, outro elemento que Moscou alegou não estar sendo respeitado.
Erdogan disse que espera "que com esta carta e nossos esforços
conjuntos, juntamente com a Rússia, possamos garantir a extensão do corredor de
grãos".
Na quinta-feira, Putin alertou que "nenhuma" das condições
estabelecidas por Moscou para o funcionamento do acordo havia sido cumprida.
Em entrevista à televisão, Putin enfatizou que "nada foi feito,
absolutamente nada. É tudo unilateral". Ele acrescentou: "Vamos pensar
no que fazer, temos mais alguns dias."
O acordo, mediado por Erdogan, permitiu à Ucrânia enviar mais de 35
milhões de toneladas de grãos através de navios de guerra russos no Mar Negro.
Grande parte desses grãos foi destinada à alimentação de pessoas em países em
desenvolvimento na África, Oriente Médio e outras regiões.
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